“A Livraria”, de Penelope Fitzgerald vira filme e ganha nova edição do livro

Em uma cidadezinha do interior da Inglaterra, no fim dos anos 1950, uma viúva de meia-idade decide abrir uma livraria. O que a protagonista não esperava é que sua aparentemente simples iniciativa provocaria um enorme rebuliço na pequena Hardborough.

Lançado pela primeira vez na década de 1970, “A Livraria” volta às prateleiras pela Bertrand Brasil em fevereiro com capa do filme homônimo, que estreia em 22 de março nos cinemas brasileiros pela Cineart Filmes. O longa de Isabel Coixet foi o grande vencedor do Goya 2018, considerado o Oscar do cinema espanhol, e foi exibido recentemente no Festival de Berlim.

“Eu li o romance de Penelope Fitzgerald há quase dez anos, durante um verão particularmente frio nas Ilhas Britânicas. Ler o livro foi uma verdadeira revelação: senti-me totalmente transportada para 1959 e realmente me projetei na inocente, doce e idealista Florence Green. Na verdade, eu sou essa mulher. Eu me sinto profundamente conectada com essa personagem de um jeito que nunca senti com alguma protagonista de outro filme meu”, revela Coixet.

A personagem vivida por Emily Mortimer é uma viúva de espírito livre, que vai contra a umidade, o frio e a apatia da cidadezinha de Hardborough para realizar o desejo de abrir um estabelecimento. Apesar da resistência que enfrenta, logo ela consegue virar o jogo quando mostra aos habitantes locais o melhor da literatura da época, incluindo o escandaloso Lolita, de Nabokov, e Fahrenheit 451, de Ray Bradbury.

“Tem algo de heroico na personagem Florence Green, algo simples e corriqueiro. Ela está se expondo, e por nenhum outro desejo senão o de abrir uma livraria. Ela não se preocupa com apoios ou procura por eles ao seu redor. Ela só arregaça as mangas para alcançar seu objetivo. E assim, Florence Green chama a atenção”, defende a diretora.

No entanto, nem tudo são flores para Florence. Com o sucesso do seu negócio, ela acaba incitando a hostilidade dos lojistas menos prósperos da cidade e cruza os interesses da Sra. Gamart (Patricia Clarkson), a vingativa e amargurada mulher que se julga a decana da cena artística local.  A história relata as dificuldades e obstáculos que Florence encontra no processo: ignorância, inveja e a falsa moral dos cidadãos que irão tentar colocar um fim no sonho dela.

“As pessoas se arriscam todos os dias. Oportunidades grandes e pequenas, seguras ou perigosas: e muitas delas passam despercebidas. Mas o que acontece quando essas oportunidades são percebidas? E como isso se reflete no mundo em que todos nós vivemos hoje?”, conclui a diretora.

da Redação A Toupeira

Filed in: Cinema, Livros

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