Crítica: “A Família Addams”

Em 1937, o cartunista norte-americano Charles Addams deu vida a personagens que podem ser considerados estranhos por quem busca um padrão trivial em tudo que se refere à aparência ou comportamento.

Suas criações foram tema para diversas produções, incluindo filmes para o cinema, série de TV e jogos de videogame. O fascínio pelo diferente permanece em alta nos dias atuais, o que pode ter incentivado o lançamento de mais um produto baseado nos personagens.

Dirigida por Conrad Vernon e Greg Tiernan, “A Família Addams” (The Addams Family) é uma animação de traços simples – e bem próximos aos originais – que tem como base uma clássica história de origem, que começa com o casamento de Mortícia (voz de Charlize Theron na versão original) e Gomez (voz de Oscar Issac).

O jovem e apaixonado casal que sai em busca de um lugar para chamar de seu – após fugir da ira de aldeões com tochas e forcados – encontra em um manicômio desativado em Nova Jersey, o espaço perfeito para estabelecer residência. Neste ponto, o soturno mordomo Tropeço (Conrad Vernon) entra para o clã de maneira bem atípica também.

Após uma passagem de 13 anos – representada através de retratos que mostram o nascimento / crescimento de Wandinha (Chloë Grace Moretz) e Feioso (Finn Wolfhard) -, está na hora dos protagonistas se reunirem com membros mais distantes para celebrar o Mazurca de seu filho mais novo – cerimônia que marca a transição da infância para a vida adulta dos meninos da família.

Mas, nem tudo são flores (ou no caso dos Addams, espinhos): Feioso não leva o menor jeito para executar os movimentos exigidos no ritual e pode colocar em risco a reputação de seus antepassados. Para completar, a adolescente Wandinha começa a questionar os motivos de não poder frequentar uma escola regular com pessoas “normais” e o fato dela nunca ter saído das dependências da casa.

Como novas inserções, há a vilã da vez, Margot Agulheira (Allison Janney), apresentadora de tv de um popular programa de reformas, responsável pela construção e venda de um condomínio onde todas as pessoas parecem carregar consigo um sentimento de falsa felicidade padrão. Ao perceber que a mansão no alto da colina não se ajusta à aparência “feliz e colorida” de seu empreendimento, ela fará de tudo para reparar esse “erro”.

Também há sua filha Parker (Elsie Fisher), que assim como a primogênita dos Addams, tem a cabeça repleta de questionamentos – inclusive no que diz respeito à cobrança de atenção por parte de sua mãe, sempre ocupada demais para lembrar-se dela.

O roteiro de Pamela Pettler e Matt Lieberman ainda reserva espaço para mais nomes esperados como Tio Fester (Nick Kroll) e seu humor infantil, Vovó (Bette Midler), Tio It (Snoop Dogg) – com cabelos cada vez mais hidratados e brilhantes – e Mãozinha (sempre prestativo e com comunicação impecável). Tudo para trazer de volta à memória dos fãs o que há de melhor no trabalho de Charles Addams e para apresentar à nova geração esses personagens tão marcantes.

Diversão despretensiosa e muito eficaz. Vale a pena conferir!

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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