Crítica: “A Pequena Travessa”

A intenção de “A Pequena Travessa” (Liliane Susewind – Ein tierisches Abenteuer / Little Miss Dolittle) é a mais trivial possível: ser uma produção voltada para as crianças que ainda se interessam por coisas simples, mas que conseguem manter certa magia em sua essência.

A protagonista é Liliane Susewind (Malu Leicher) garota de 11 anos que tem o incrível dom de conversar com todas as espécies de animais, o que lhe rende excelentes histórias, mas também confusões o suficiente para obrigar sua família a trocar constantemente de residência – recurso exagerado visto na persona de um prefeito que se acha poderoso o bastante para expulsar a menina e seus pais da cidade, mas que acaba recebendo um castigo merecido / nojento.

Em sua nova moradia, a jovem precisa começar do zero, o que inclui frequentar uma nova escola e passar pela nem sempre agradável experiência de fazer amigos. Nesse ponto, há aqueles personagens que geralmente compõem esse núcleo: do garoto “nerd” que passa mais tempo isolado do que na companhia de outras crianças ao trio de meninas lideradas pela mais abastada, que acha que pode comprar tudo, inclusive amizades.

A novidade fica para o fato de haver uma espécie de circo-fazenda nas redondezas que corre o risco de fechar graças ao sumiço (entenda-se roubo) de parte de seus animais. Fazendo uso de sua habilidade, Lili coletará pistas entre os bichos que sobraram, para tentar impedir a falência do local mantido pela excêntrica Coronel Essig (Meret Becker).

A trama não envolve grandes reviravoltas, com cada personagem sendo apresentado de maneira bem distinta desde o começo do longa alemão dirigido por Joachim Masannek. Não há segredos a serem desvendados, mas ainda assim é possível torcer pelo êxito da garota e de seus recém-conquistados amigos, para que consigam impedir que os animais roubados tenham um final terrível nas mãos de pessoas inescrupulosas.

Existe uma singeleza na constituição da cenografia, com representações muito bonitas de como seria a vida em uma pequena cidade próxima a campos com cores exuberantes – a natureza nunca precisa de muita “maquiagem” para se fazer encantadora em tela.

A opção por colocar os personagens com o mesmo figurino em basicamente todas as cenas dá um ar de história em quadrinhos ou mesmo de um texto literário em que as roupas se repetem em um ciclo corrente sem que isso pareça inviável. Vale dizer que as aventuras da personagem também são temas de vários livros da autora Tanya Stewner.

Há um número musical que vale a pena ser acompanhado pela importância da letra que fala sobre o respeito às diferenças – assunto que, por mais que seja exaustivamente debatido, parece que sempre se manterá necessário.

O público-alvo de “A Pequena Travessa” são as crianças menores, mas adultos que gostem de animais falantes e de histórias descomplicadas também devem aproveitar.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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