Crítica: “Ambulância: Um Dia de Crime”

É muito bacana quando um profissional – seja qual for sua área de atuação – consegue imprimir um estilo próprio, a ponto de ser identificado sem dificuldade.

Assistir a um trabalho que tem Michael Bay à frente da direção é saber que alguns elementos estarão presentes, incluindo as boas e velhas explosões / perseguições, assim como sequências em câmera lenta, ou closes que não só visam aproximar a imagem dos personagens, mas, de alguma forma, conectá-los ao público.

O mais novo trabalho do diretor, “Ambulância: Um Dia de Crime” (Ambulance) é a versão americana – roteirizada por Chris Fedak – do longa dinamarquês de 2005, “Ambulancen”, escrito por Laurits Munch-Petersen e Lars Andreas Pedersen.

A trama nos apresenta Wiil Sharp (Yahya Abdul-Mateen II), veterano da Marinha que corre contra o tempo na tentativa de conseguir uma grande soma de dinheiro para que sua esposa Amy (Moses Ingram) realize uma cirurgia experimental, que pode ser a única chance de salvar sua vida.

Sem perspectivas aparentes, com dificuldades em conseguir um emprego (já que não conta com o que seria uma merecida aposentadoria) e sofrendo com o descaso dos órgãos de saúde, Will vai pedir ajuda a seu irmão adotivo, Danny (Jake Gyllenhaal), ainda que isso não lhe pareça a melhor das ideias, já que as convicções deles são totalmente contrárias.

Enquanto Will é correto em suas ações, Danny é um ladrão de bancos que tem em conta nos últimos anos, trinta e oito assaltos. O próximo roubo – considerado o maior de todos, por envolver o montante de 32 milhões de dólares – demanda conhecimento militar para ser executado, o que significa que agindo em conjunto, a dupla pode atingir seus objetivos.

Acontece que, no meio da ação – planejada e concretizada por uma equipe considerável -, o policial Zach (Jackson White) é baleado, o que significa um problema ainda maior para os criminosos, que sabem que qualquer injúria cometida contra a polícia de Los Angeles resulta em sentenças bem radicais para os praticantes.

Tentando aliar a urgência de escapar do local à necessidade de salvar a vida do policial, os irmãos fazem de uma ambulância, o transporte perfeito. Dentro do veículo, a socorrista Cam Thompson (Eiza Gonzalez) terá que lidar com o fato de ter sido feita refém, sem perder a habilidade de prestar ajuda a feridos, contando apenas com os itens disponíveis ao seu redor, já que uma internação (muito necessária para tentar reverter o quadro complicado do policial) está fora de cogitação.

A maior parte dos 236 minutos de duração do filme se passa dentro da tal ambulância do título, que é o ponto central de uma perseguição implacável durante a qual a narrativa frenética consegue entregar momentos de tensão, e até mesmo reflexão, sobre assuntos que envolvem a importância / influência da família em nossas vidas e até que ponto nos é permitido acreditar que nossas necessidades podem se sobrepor a qualquer coisa, lícita ou não.

Embora o visual de “Ambulância: Um Dia de Crime” mereça destaque (como é trivial em uma obra de Michael Bay), para mim, o que funcionou de fato, foram as atuações – tanto dos protagonistas, quanto dos coadjuvantes – mesmo que haja momentos equivocados ou que a história às vezes pareça mais extensa do que seria preciso. Trabalhos eficientes o bastante para me emocionar, em especial, nos momentos finais da produção, quando cada personagem tem seu destino realmente estabelecido.

Vale conferir.

por Angela Debellis

*Título assistido em Sessão Regular de Cinema.

Filed in: Cinema

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