Crítica: “Annabelle 2 – A Criação do Mal”

Apesar de contar com uma numerosa legião de fãs, não são frequentes as vezes em que o terror consegue ter êxito para sustentar uma franquia (exceção feita às ainda lembradas sagas dos anos de 1980, algumas até mesmo com remakes / reboots de qualidade duvidosa).

Mas, “Invocação do Mal” mostrou-se uma mina de ouro, com ótimas bilheterias dos dois primeiros filmes – o terceiro já confirmado -, e as ramificações produzidas ou que ainda chegarão aos cinemas nos próximos anos.

Quem está de volta às telonas é a assustadora boneca ruiva vestida de noiva. Como o próprio título sugere, em “Annabelle 2 – A Criação do Mal” (Annabelle 2 – Creation) vemos o início de sua história, através de fatos ocorridos antes dos mostrados em seu antecessor de 2014. Agora, como parece ter se tornado padrão em filmes de “origem”, a participação da protagonista não é tão constante, até para fazer com que ocorram diversos acontecimentos simultâneos.

A trama apresenta a pacata vida do casal Samuel e Esther Mullins (Anthony LaPaglia e Miranda Otto), que vivem com sua filha única, a quem chamam de “Abelhinha” (Samara Lee), na casa que também serve de oficina para o artesão de bonecas. A rotina da família será virada do avesso quando um acidente vitimar a garotinha de 7 anos, e fizer com que seus pais busquem qualquer ajuda – sobrenatural, é claro – para voltar a ter contato com ela.

O longa, que tem Davi F. Sandberg, do sucesso “Quando as luzes se apagam” à frente da direção, dá um salto de 12 anos para mostrar a chegada de internas de um orfanato que, ao lado da jovem freira Irmã Charlotte (Stephanie Sigman) mudam-se para a casa dos Mullins, a convite do casal que ainda reside lá. Esse é o cenário para o início das macabras atividades após o inesperado despertar de Annabelle.

No centro da ação estão as garotas Janice (Talitha Bateman) e Linda (Lulu Wilson), amigas que se tratam como irmãs e planejam um futuro juntas ao lado de uma possível família que as adote. Janice é vítima de um surto de poliomielite e tem dificuldades para se locomover – o que num filme de terror, nunca pode significar coisa boa – e, como visto em trailer lançado na época de divulgação do título, julga-se a mais fraca e, por consequência, a mais suscetível a qualquer malefício deste ou de outro mundo.

O grande acerto do filme é ter mantido a postura inanimada de Annabelle. Se o mal pode ter qualquer forma – e isso é bem explorado durante a narrativa – uma mudança no que já se conhece da boneca, seria desnecessária. Também vale ressaltar que a opção por um terror mais psicológico, sem excesso de sangue ou artifícios repulsivos, serve para manter a tensão entre os espectadores, ainda que haja poucos sustos reais.

Por outro lado, é plausível dizer que obras cinematográficas são passíveis de erros em seu produto final. O problema é quando estes são percebidos com facilidade – o que acontece em momentos de importâncias variadas, quando certas falhas no roteiro tornam-se nítidas para o público.

Destaque para os minutos finais surpreendentes e que fazem ligação com outros títulos vindouros. Assim como para a boa sequência no celeiro e os easter eggs que devem animar os fãs das franquias que compõem este bem sucedido universo de terror da Warner Bros.

Há duas cenas pós-créditos, então espere o acender das luzes para sair da sala.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

You might like:

Crítica: “Abigail” Crítica: “Abigail”
Crítica: “Guerra Civil” Crítica: “Guerra Civil”
Crítica: “Jorge da Capadócia” Crítica: “Jorge da Capadócia”
Crítica: “Névoa Prateada” Crítica: “Névoa Prateada”
© 2922 AToupeira. All rights reserved. XHTML / CSS Valid.
Proudly designed by Theme Junkie.