Crítica: “Annabelle 3: De Volta para Casa”

Com a estreia de “Annabelle 3: De Volta para Casa” (Annabelle Comes Home), a boneca macabra que apareceu pela primeira vez em “Invocação do Mal” consolida sua força como protagonista da própria franquia de terror – ainda que desta vez ela não seja o único foco de atenção do público.

Dirigido e roteirizado por Gary Dauberman, o longa mostra Lorraine e Ed Warren (Vera Farmiga e Patrick Wilson sempre competentes em cena) tentando resolver de uma vez por todas os infortúnios causados pela boneca, levando-a para um quarto de artefatos macabros que mantêm em sua casa.

Lá, após uma benção dada por um padre, Annabelle é trancafiada em uma estante doada por uma igreja, a qual tem um aviso bastante nítido em sua porta de vidro indicando que não deve ser aberta sob hipótese alguma (tipo de solicitação raramente atendida em se tratando de filmes de terror).

Quando o casal viaja a trabalho, deixa sua filha Judy (McKenna Grace) aos cuidados de Marie Hellen (Madison Iseman), jovem babá que parece ter muita paciência e zelo para exercer a função – inclusive relutando em permitir que sua amiga Daniela (Katie Sarife) entre na residência para vasculhar o material dos casos investigados pelos Warren, uma vez que não há nenhum tipo de autorização prévia ou lógica para isso.

Mas, sem algum ato de “rebeldia” por parte de um personagem não haveria história, e nesse caso, cabe à Daniela ser aquela que tem tudo para não arrumar problemas, mas parece ter um imã que a atrai justamente para eles. A motivação da garota é até compreensível quando a descobrimos, mas não deveria ser suficiente para as atitudes tomadas por ela.

Ao profanar o tal quarto, tocar em todos os artefatos e abrir a estante de Annabelle (lembra aquela que tinha um aviso imenso na porta? Pois é), a adolescente liberta uma gama de assombrações que variam das mais clássicas – como uma espécie de lobisomem – às mais diferentes – como um vestido de noiva que provoca uma ira sem proporção nas pessoas que o vestem.

Entre todos, os que mais me chamaram a atenção foram o Barqueiro – entidade muito conhecida em diversas culturas e que seria responsável pela condução das almas dos mortos ao outro mundo – e um aparelho de televisão de aspecto antigo (lembrando que o longa se passa nos anos de 1970), capaz de mostrar em sua tela os acontecimentos do futuro imediato da pessoa que estiver em frente a ele, com extrema precisão.

Com o mal liberado, caberá ao trio – mais especificamente à Judy, que parece desenvolver o mesmo dom psíquico de sua mãe Lorraine – sobreviver aos terríveis ataques e conseguir recolocar Annabelle em sua estante, já que é através dela que todos os outros seres se manifestam.

“Annabelle 3: De Volta para Casa” mantém suas características já exploradas nos capítulos anteriores de 2014 e 2017 e continua apostando em um tipo de terror com poucas cenas gráficas e quase nenhum sangue em tela. Além disso, mesmo que faça uso de alguns artifícios bem conhecidos para tentar causar sustos à plateia, parece que esse não é o real objetivo do filme produzido por James Wan e Peter Safran, que peca em alguns momentos, mas se sai bem no geral.

Majoritariamente baseada no gênero terror, a trama ainda consegue encontrar espaço para tratar de outros assuntos inesperados como bullying e culpa, que se a princípio podem não fazer sentido, acabam sendo bons elementos de composição.

Depois de três títulos solo, não sei se ainda há o que dizer a respeito de Annabelle, mas há de se aplaudir o que o chamado Universo de Invocação do Mal conseguiu, seja com seus títulos próprios e spin-offs realizados até aqui ou com as produções vindouras já confirmadas.

Vale conferir.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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