Crítica: “Divertida Mente”

Divertida Mente pôster nacionalA ideia de que “animações são coisas para crianças” foi, há muito tempo, deixada de lado pela indústria cinematográfica. O resultado? Produções que, em sua maioria, conseguem agradar os pequenos e encantar os adultos.

“Divertida Mente” (Inside Out) é o mais novo exemplo disso. Ao contar a história da pequena Riley (voz de Kaitlyn Dias na versão original) através dos olhos dos sentimentos que vivem em sua cabeça, a Disney/Pixar atinge um grau de excelência cada vez mais difícil de alcançar.

A trama se passa basicamente dentro do centro de comando de emoções da jovem, cuja trajetória acompanhamos desde seu nascimento, quando a primeira sensação de sua vida é a Alegria (voz de Amy Poehler) – que estará à frente do comando na maior parte do tempo.

Tudo parece bem até o momento em que a família de Riley muda de cidade – o que significa fazer novos amigos, entrar em outra escola, adaptar-se a uma nova realidade – coisas que podem ser bastante complicadas quando se tem 11 anos e um mundo de coisas acontecendo em seu cérebro (literalmente).

Esse é o ponto central do longa: o momento em que a Tristeza (Phyllis Smith) faz com que antigas memórias “felizes” ganhem outro contorno, causando um grande conflito de sentimentos na garotinha. Cabe à Alegria colocar as coisas nos eixos novamente e para isso precisará do apoio não só da própria Tristeza, mas também das outras sensações principais: Raiva (Lewis Black) , Medo (Bill Hader) e Nojinho (Mindy Kaling).

O universo particular que cada pessoa carrega dentro de si é lindamente representado na tela, através de um primoroso trabalho de cores, formas e sons. Os alicerces da personalidade de Riley, representados em “Ilhas Temáticas” – Família, Hóquei, Amizade, Imaginação e Bobeira (sim, permitir-se ser “bobo” é importante!) fazem com que cada pedaço seja visto como fundamental na formação do caráter da protagonista.

O mais interessante é perceber como nossas próprias sensações acabam se alternado durante a exibição do filme escrito e dirigido por Pete Docter e Ronnie Del Carmen). Da nostalgia ao recordar um amigo imaginário que deixamos para trás – neste caso, representado pelo fofíssimo Bing Bong (Richard Kind) – a medos atávicos que podem permear nossos pesadelos – como na cena que mostra a aversão a palhaços – há momentos para tudo.

É bem provável que a maioria dos espectadores saia da sala de cinema com um sorriso no rosto, que, aliado aos olhos vermelhos de quem acabou de chorar, traduz exatamente o que a animação consegue causar.

Destaque para as cenas durante os créditos (geniais como sempre) e para o bem usado recurso do 3D.

Vale ressaltar ainda a beleza atrás da simplicidade do curta “Lava”, exibido antes de “Divertida Mente”. Através de uma trilha sonora cheia de sentimentos (olha eles aí de novo!), acompanhamos a história de Uku (voz de Kuana Torres Kahele), um vulcão no meio do oceano, que passa sua vida esperando pelo verdadeiro amor.

Perfeição do início ao fim. Imperdível.

por Angela Debellis

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