Crítica: “Duas Rainhas”

A coragem e determinação de duas mulheres empoderadas em um contexto totalmente desfavorável, Mary Stuart (Saoirse Ronan) e Elizabeth I (Margot Hobbie) trazem a jovialidade e uma dose de novidade as telas ao protagonizarem Duas Rainhas” (Mary Queen of Scots).

Esperava um embate entre duas mulheres poderosas, e o que vi foi um ápice de emoções. O longa traz uma bela reflexão sobre mulheres no poder em uma época dominada por homens – quando a voz feminina não era ouvida – ambas com inteligência e bravura assumem os postos mais altos de duas potências mundiais.

Rainha da Escócia, Mary (Saoirse Ronan)  foi prometida em casamento desde criança ao então príncipe Francis; casou aos 15 anos e ficou viúva aos 18, retornando assim à sua terra e assumindo o posto de Rainha dos Escoceses. Tal fato de certa forma ameaçava o reinado de sua prima Elizabeth (Margot Hobbie), pois ela era a herdeira legítima do trono da Inglaterra devido à sua linhagem familiar.

O filme além de retratar a história de mulheres no poder também é dirigido por uma. Josie Rourke, apesar de não ter muita experiência no meio cinematográfico, teve uma competência gigantesca na condução de um roteiro visceral –  a responsabilidade era dobrada pois não é a primeira produção que retrata a vida de Mary e Elizabeth: em 1936 foi produzido Mary of Scotland.

Duas Rainhas foi inspirado na obra literária- Queen Of Scots: The True Life Of Mary Stuart, de John Guy, e o que difere essa produção de anteriores é a discussão religiosa entre protestantes e católicos, e também a construção de uma visão mais feminina das monarcas. Até então, todas as abordagens sobre elas transmitiam uma imagem pouco feminina e às vezes até desumanas, mas essa produção foi totalmente ao contrário, resgatou essa visão e a mensagem mais importante: Rainhas também têm sentimentos embora não possam expressá-los sempre.

Com um produto final bem construído, alguns detalhes técnicos se sobressaem: a iluminação perfeita dando um tom mais misterioso ao ambiente cheio de intrigas e complô; o figurino luxuoso e impecável, que desde a primeira cena já conquista o espectador; a maquiagem é o trabalho mais perfeito já visto em longas desse tipo, a equipe conseguiu transformar em feia uma mulher linda como Margot e teve  sensibilidade na composição de Saoirse, tendo em vista que em alguns momentos ela era meiga e delicada com olhar sereno, e em determinadas cenas era a mulher imbatível, estrategista sem medo de nada.

Como ponto negativo, a produção se equivocou ao tentar abordar muitos temas, deixando um vácuo em alguns, sendo que só a trama das rainhas e as intrigas que as tornam “inimigas” sem nem ao menos se conhecerem, já eram suficientes para sustentar o roteiro com maestria.

Mas, em contrapartida, a cena de encontro entre as monarcas supre qualquer falha, as duas atrizes foram impactantes em suas atualizações. Vale ressaltar que esse encontro aconteceu apenas na ficção, não há registro histórico que elas tenham se encontrado de verdade.

por Leandro Conceição – especial para A Toupeira

Filed in: Cinema

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