Crítica: “Florence: Quem é essa mulher?”

Florence Quem é essa mulher pôster críticaAutoestima é tudo. Esse poderia ser o lema da americana Florence Foster Jenkins, que nos anos de 1940 foi considerada a pior cantora de todos os tempos, sem, no entanto se dar conta de tal fato.

No longa “Florence: Quem é essa mulher?” (Florence Foster Jenkins) quem dá vida à excêntrica personagem é a sempre incrível Mery Streep (As Sufragistas), que mais uma vez conquista a audiência com sua interpretação.

A trama dirigida por Stephen Frears nos apresenta uma rica senhora de Nova York, que tem na música sua principal fonte de inspiração. Ao lado de seu marido St. Clair Bayfield (Hugh Grant, de “O Agente da U.N.C.L.E.”, em momento inspirado), ela decide mostrar ao mundo seus “inusitados” dotes musicais e para ajudá-la na empreitada contrata o jovem pianista Cosmé McMoon (Simon Helberg, de “The Big Bang Theory”).

Para quem não conhece a história real de Florence, é uma grande surpresa ver Meryl cantando tão mal (o que ela faz com tanta convicção que é possível até esquecer que a atriz tem muito competência para participar de musicais). Mas o que a princípio é apenas fonte gratuita de risos fáceis, torna-se o mote principal de uma história bem mais complexa e emocional.

Um coração que transbordava generosidade, um marido cuidadoso e uma conta bancária polpuda garantem à Florence a possibilidade de se apresentar em recitais exclusivos no Hotel Ritz sem que o público demonstre qualquer tipo de incômodo com suas notas longe de terem alguma afinação.

Por alguma coincidência que só os deuses da música podem explicar, a ária “A Rainha da Noite”, de Mozart, uma das mais difíceis de serem interpretadas até por grandes nomes do meio musical, é uma das preferidas da personagem. Curiosidade: a versão original de sua apresentação de 25 de outubro de 1944 é, ainda hoje, uma das gravações mais solicitadas do acervo do aclamado Carnegie Hall.

Num mundo onde os sorrisos e cumprimentos calorosos ao término de suas apresentações eram garantidos, a crença de Florence em seu real talento para encarar tais desafios nos palcos talvez tenha sido a única coisa concreta, e a qual continua sendo válida até os dias de hoje.

Prepare os ouvidos, abre o coração e vá aos cinemas.

por Angela Debellis

 

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