Crítica: “Juntos e Enrolados”

Dirigido por Eduardo Vaisman e Rodrigo Van Der Put, “Juntos e Enrolados” é aquele tipo de filme em que é fácil o espectador se identificar com algum personagem e, sem nenhum esforço, torcer pelos protagonistas.

A trama nos apresenta o bombeiro hidráulico Júlio (Rafael Portugal) – ou Perereca – como é depreciativamente conhecido depois do acidente na piscina do clube onde foi realizar um trabalho, que deu início ao relacionamento com a bombeira / salva-vidas, Daiana (Cacau Protásio).

Acometidos por uma paixão avassaladora, em pouco tempo eles decidem se casar – a cerimônia realizada em um cartório lotado, com outras pessoas querendo resolver pendências como tirar a segunda via de um RG, é uma das mais divertidas do longa.

Embora feliz por estar casada, Daiana se mostra uma mulher romântica à moda antiga, que almeja um vestido de noiva, uma celebração religiosa e uma festa para reunir familiares e amigos. Mas, a realidade é que isso não é possível de conseguir – pelo menos não de imediato. O que significa que o casal vai passar os próximos dois anos economizando para realizar esse sonho.

O esforço vale a pena, mas não seria uma comédia se as coisas dessem certo de primeira. E um mal-entendido pode colocar tudo a perder: uma acidental troca de celulares faz com que Daiana descubra mensagens enviadas por alguém cadastrado como “Tchutchuca” no aplicativo. A negativa de Júlio em revelar a senha para ter acesso ao aparelho – e uma inevitável quebra de confiança – põem anos de sacrifício em xeque.

Se o tema parece sério (ou até mesmo triste) demais, o roteiro de Cláudio Torres Gonzaga, Rodrigo Goulart e Sabrina Garcia faz com que as coisas sejam levadas de uma maneira que transita entre o completo absurdo e o genuinamente divertido.

A festa de casamento é transformada em uma comemoração de divórcio, com direito a sequências que envolvem inesperadas revelações e até mesmo atitudes duvidosas. Afinal, como visto no trailer oficial, “O Casamento pode acabar, mas a festa não pode parar!”.

E é nesse cenário (que deveria ser romântico, mas torna-se caótico) que vemos grandes nomes do cinema / televisão nacional: Berta Loran, Fafy Siqueira, Neusa Borges e Tony Tornado, cujas participações trazem um brilho especial à narrativa, com nítida admiração aos veteranos atores.

Com a competência de sempre, Cacau Protásio e Rafael Portugal têm ótimos momentos (juntos e / ou separados), conquistando a simpatia do público. E ainda sobra espaço para que os melhores amigos do casal, Suzie (Evelyn Castro) e Carlos Mário (Fábio de Luca), tenham o merecido destaque e arrasem todas as vezes que entrem em cena.

“Juntos e Enrolados” não é o tipo de comédia que fará os espectadores perderem o fôlego em meio a gargalhadas. Mas, manter um ritmo divertido e interessante durante toda sua duração (94 minutos), torna o filme eficaz o suficiente para que valha a pena conferir sua história nas telonas.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Imagem Filmes.

Filed in: Cinema

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