Crítica: “Lino – Uma Aventura de Sete Vidas”

Personagens que têm qualquer tipo de super poder costumam atrair a atenção de muitas pessoas. Mas não dá para negar o fato de que, em muitos momentos, o que o público procura é alguém com quem possa ter uma identificação real, que lhe seja mais próximo.

Esse é o caso do protagonista “Lino – Uma Aventura de Sete Vidas”, animação nacional que sob a direção de Rafael Ribas – também responsável pelo roteiro -, entrega uma trama que através de sua simplicidade, consegue encantar desde os primeiros momentos de exibição.

A história gira em torno da falta de sorte personificada na imagem de Lino (voz de Selton Mello, em mais um competente trabalho de dublagem), rapaz cuja boa vontade e ambição não são páreo para os reveses que a vida insiste em lhe impor desde a infância.

Depois de inúmeras tentativas frustradas para arrumar um emprego, ele preenche uma vaga para animador de festas em um buffet infantil. Para isso, cria um simpático personagem em forma de gato, mas cuja confecção da fantasia deixa muito a desejar – e este é um dos pontos mais frágeis em sua conturbada relação com colegas de trabalho (entre os quais é possível encontrar divertidos easter eggs) e principalmente com as crianças que parecem se divertir com sua desgraça a cada apresentação mal sucedida.

Cansado de sofrer, Lino busca a ajuda de Don Leon (voz de Luiz Carlos de Moraes) uma espécie de guru que acaba por complicar ainda mais a sua já intolerável situação, ao transformá-lo não apenas num homem fantasiado, mas no próprio gato que interpreta. É essa improvável dupla que correrá atrás de uma reversão do feitiço, buscando auxílio do ardiloso “mago supremo” Mestre Henry Topper (voz de Hélio Ribeiro).

Há vários coadjuvantes cuja importância varia no decorrer da narrativa. A eficiente policial Janine (voz de Dira Paes) – encarregada de encontrar Lino, após uma série de mal-entendidos que culmina em uma acusação de sequestro infantil; seus companheiros de missão, oficiais Osmar (voz de Lupa Mabuze) e Mellos (Leo Rabelo) – que abusam do direito de fazer piadas prontas; além do vizinho mal caráter do protagonista, Victor (voz de Guilherme Lopes), e sua namorada rica e deslumbrada Patty (Paolla Oliveira).

Mas a dose de doçura fica por conta de “Pestinha”, uma garotinha que cai nos braços de Lino (literalmente) e vira sua vida de cabeça para baixo durante a busca pelo antídoto para fazê-lo retornar à sua forma original o mais rápido possível.

Entre os destaques, há referências claramente direcionadas ao público mais velho e que, uma vez percebidas, são muito divertidas. E a mensagem final da produção é daquelas com significado universal e atemporal, que merece ser vista / posta em prática.

Vale muito conferir!

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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