Crítica: “Megatubarão”

Quando algo apresenta o prefixo “mega” em seu título, o mínimo que se pode esperar é que haja um “exagero” – por assim dizer – em pelo menos alguma parte de sua apresentação. “Megatubarão” (The Meg) cumpre isso à risca e oferece ao espectador uma avalanche de ação e cenas grandiosas.

Jason Statham dá vida ao mergulhador profissional Jonas Taylor, que após não ser completamente bem sucedido em uma missão de resgate e ter sua sanidade mental posta em dúvida, abandona a profissão e se muda para um lugar afastado de tudo e todos, entregando-se ao vício do álcool.

A vida poderia ser apenas isso, não fosse o fato de, após cinco anos de reclusão, seus serviços serem necessários novamente, para resgatar outra equipe naufragada a 11 quilômetros abaixo do, até aqui conhecido, fundo do mar. Caberá ao protagonista decidir enfrentar seus medos, dúvidas e quem sabe até mesmo reencontrar certa criatura marítima (cuja existência em dias atuais parece pouco provável).

Apesar de previsível, a opção por esconder o tubarão (Megalodon ou Megalodonte) por toda a primeira parte do filme dirigido por Jon Turteltaub acaba parecendo equivocada. Sim, o suspense é necessário e dá um toque a mais à narrativa, mas no final das contas, o que a maioria dos espectadores realmente quer é ver o animal em toda sua extensão, reinando na tela do cinema – melhor ainda se for em uma sala IMAX.

Com um roteiro que consegue encontrar espaço para textos de reflexão e até mesmo a incitação do início de um relacionamento amoroso, “Megatubarão” tem seus melhores momentos quando a gigantesca criatura está em cena. É assustador (mas também divertido) perceber a pequenez do ser humano diante do corpo de mais de 20 metros do animal. Ser racional é importante, mas há situações em que ter poderosas arcadas formadas por dentes de 19 centímetros, acaba sendo um melhor negócio.

Com tudo mostrado no superlativo, o mais bacana da produção é não ter medo de se equilibrar na linha do completo exagero e do inaceitável absoluto. Jonas é o suprassumo do herói, que em prol do bem dos que o cercam não hesita em encarar de peito aberto um monstro pré-histórico. E o que poderia ser motivo de crítica, torna-se digno de animação por parte do público que sente a necessidade de acreditar em tal tipo de heroísmo.

Quanto aos muito necessários efeitos especiais, fico feliz em dizer que saí bem satisfeita da sessão. Em minha primeira incursão válida em uma sala 4DX, confesso que em determinados pontos, o friozinho na espinha foi inevitável, diante da grandiosidade do tubarão mostrado na tela. Por mais que tenha simpatizado e torcido ferrenhamente por ele, é compreensível dizer que não faço questão de encontrar com um membro de sua espécie.

Três atos merecem destaque: Jason Statham e sua expressão sempre sisuda, no meio do oceano cantando versos bem conhecidos de uma animação infantil também passada embaixo d’água; a sequência em uma praia que parece ter mais pessoas do que admissível por metro quadrado, ao som de uma nova versão da dançante e festiva canção dos anos de 1980, “Mickey”; e a conclusão da passagem vista no trailer oficial do longa, envolvendo um pequenino e adorável yorkshire.

Não há cena adicional e nem pontas soltas o suficiente para se imaginar o anúncio futuro de uma continuação (se bem que quando se tratam de “filmes de tubarão” e todas as suas possibilidades, nada chega a ser completamente impossível).

Vale conferir!

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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