Crítica: “Meu ex é um espião”

Espionagem é um tema que pode render filmes de várias vertentes. De clássicas franquias com tendências mais sérias como a protagonizada pelo agente James Bond, a claras comédias como as do personagem Johnny English. Dessa vez, entre bons momentos de ação, o traço cômico dá o tom a “Meu ex é um espião” (The spy who dumped me).

O longa nos apresenta Audrey (Mila Kunis) e Morgan (Kate McKinnon), dupla de amigas inseparáveis que se vê envolvida de maneira inesperada em uma perigosa trama secreta, graças ao espião Drew (Justin Theroux), o tal “ex” do título. A intervenção delas será fundamental para barrar os planos de uma célula terrorista que tenciona colocar as mãos em uma lista com informações confidenciais.

Para a trama funcionar como deve, é necessário que o público se desapegue de vários fatos que sem a devida explicação lógica poderiam comprometer a diversão, como a incrível habilidade de fuga e o eficiente manuseio de armas que as amigas têm, ainda que nada disso seja trivial na rotina de uma pessoa comum que não passe por treinamentos específicos.

Dito isso, a narrativa tem pontos muito divertidos, que ganham ainda mais destaque graças à excelente química entre Mila e Kate. Conforme a história avança, mais fácil fica acreditar que as personagens que interpretam realmente mantêm uma amizade, com tudo de positivo – ou não – que isso possa significar.

Se Audrey tenta ser o lado racional – mesmo nos momentos mais frenéticos, Morgan é o coração da dupla e é isso que faz com que na mesma sequência tenhamos uma se passando por outra pessoa para ter acesso a um evento importante (no qual as informações seriam vendidas), enquanto a outra tenta realizar seu sonho de criança de ser malabarista (embora isso signifique colocar a vida nas mãos da assassina de aluguel Nadedja, interpretada por Ivanna Sakhno).

O grande mérito do longa dirigido e roteirizado por Susanna Fogel, é, apesar da trama simples – e com reviravoltas óbvias – conseguir manter o interesse de quem o assiste. Podemos imaginar o final, mas queremos ver o que vai ocorrer para levar os acontecimentos até o ápice. E enquanto isso, ainda dá para rir de várias situações, que variam de complexidade e importância.

Vale destacar a participação de Gillian Anderson (como Wendy, alta funcionária do MI6), que apesar do pouco tempo em tela surge em boas sequências; e a de Sam Heughan (no papel do espião Sebastian), cujo personagem tem suas reais intenções postas em dúvida por várias vezes durante o longa.

E só para constar (é preciso ver a produção para entender): em minha opinião, “Mmm, Mmm, Mmm, Mmm” do grupo Crash Test Dummies está bem longe de ser a pior escolha em uma Jukebox!

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

You might like:

Crítica: “Abigail” Crítica: “Abigail”
Crítica: “Guerra Civil” Crítica: “Guerra Civil”
Crítica: “Jorge da Capadócia” Crítica: “Jorge da Capadócia”
Crítica: “Névoa Prateada” Crítica: “Névoa Prateada”
© 0672 AToupeira. All rights reserved. XHTML / CSS Valid.
Proudly designed by Theme Junkie.