Crítica: “Minha Mãe é uma Peça 3”

“Minha Mãe é uma Peça” é uma das melhores produções do humor nacional da década – se não a melhor. Talvez porque ao menos uma característica da Dona Hermínia consigamos reconhecer em alguma mulher a nossa volta ou em nós mesmos. Outro ponto positivo é a forma natural com que são abordados assuntos atuais e a quebra de estereótipos ou preconceitos. Há um equilíbrio muito certeiro entre o risível e o dramático.

No início de “Minha Mãe é uma Peça 3”, vemos Dona Hermínia (Paulo Gustavo), deprimida com a ausência dos filhos crescidos e independentes, contudo logo é surpreendida com a notícia de que Juliano (Rodrigo Pandolfo) irá se casar e que Marcelina (Mariana Xavier) está grávida do namorado que conheceu há pouco tempo. Outro detalhe é que Carlos Alberto (Herson Capri), resolve se mudar para o mesmo condomínio que ela, e agora são vizinhos de apartamento.

Com todas essas novidades a matriarca pensa que será útil e necessária novamente, e tenta participar de maneira ativa, tanto da gestação de Marcelina, quanto do casamento de Juliano. Porém os filhos já estão sob o controle da situação, o que é um tremendo banho de água fria para ela, que se sente dispensável e se impõe limites – os quais não consegue respeitar, afinal conhecemos D. Hermínia, não é mesmo?

O longa transita por diversos cenários e temos nossa protagonistas em vários momentos de seu cotidiano, sempre com sua extravagância habitual, falante e sinceríssima. Em um único filme ela vai para os EUA, caminha à beira-mar, reencontra as irmãs, torna-se avó, briga com a sogra do filho, com Marcelina, com Juliano, com Carlos Alberto e faz as pazes com todos eles. São contadas muitas histórias dentro de uma só.

A produção é cativante e garantia de boas risadas do início ao fim. Conversa sobre temas contemporâneos de maneira clara, como casamento homoafetivo e novos formatos de família, assim como novas formas de gestar, parir e educar um bebê e tudo isso sem perder o bom humor.

Cabe lembrar que, mesmo sendo criticado por seu posicionamento em relação a não haver um beijo entre dois homens (ou duas mulheres) em seu roteiro, o filme dirigido por Susana Garcia, consegue dar conta do recado e se colocar muito bem. Ah! e não vá embora antes que acabem os créditos. Vale conferir.

por Carla Mendes – especial para A Toupeira

Filed in: Cinema

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