Crítica: “Minha Vida em Marte”

Apesar de saber sobre o trabalho prévio de Mônica Martelli no papel de Fernanda, em obras para o cinema, teatro e cinema, a adaptação cinematográfica de “Minha Vida em Marte” (que inicialmente foi lançada para os palcos) foi meu primeiro contato direto com a personagem e posso dizer que gostei muito do que vi.

No longa, a protagonista enfrenta uma grave crise no casamento ocasionada por um (natural?) desgaste na relação. Por acreditar que a união do casal deveria ser duradoura, ela passa a lutar para reencontrar o brilho em sua rotina com o marido Tom (Marcos Palmeira), com quem teve a pequena Joana (Marianna Santos).

Para isso, conta com a providencial e divertidíssima ajuda de seu amigo / sócio Aníbal (Paulo Gustavo em mais uma atuação inspirada). A dupla, que protagoniza quase a totalidade das cenas, viverá as mais inusitadas situações: de uma tarde de compras em uma sex shop à ampliação do público alvo de sua empresa de festas de casamento – que agora também se dispõe a fazer velórios (e esta pitada de humor negro, que poderia desequilibrar o texto, mostra-se um dos pontos mais engraçados do longa).

Ainda que a trama seja sobre a tentativa de se salvar a relação de um casal, é fácil perceber que o que realmente funciona é a amizade entre Fernanda e Aníbal. A parceria deles é daquelas que todo mundo deveria ter, pelo menos uma vez na vida, na qual os níveis de intimidade e companheirismo alcançados permitem boas piadas internas, sinceridade galopante e amparo em todos os momentos.

O mais interessante do filme dirigido e roteirizado por Susana Garcia é o equilíbrio que mostra em tela. Os momentos mais sérios conseguem intercalar-se com outros em que a risada vem fácil, e isso acaba proporcionando à plateia uma experiência com a qual todos estamos familiarizados: a montanha-russa de emoções a que somos submetidos em nosso dia a dia.

E, se a dupla Fernanda e Aníbal se mostra sincronizada em cena, os créditos finais da produção comprovam que tal afinidade ocorreu também entre os atores Mônica e Paulo Gustavo. É missão complicada (e desnecessária) não se deixar contagiar pela risada dos profissionais com os erros de gravação.

Vale conferir!

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

You might like:

Crítica: “Abigail” Crítica: “Abigail”
Crítica: “Guerra Civil” Crítica: “Guerra Civil”
Crítica: “Jorge da Capadócia” Crítica: “Jorge da Capadócia”
Crítica: “Névoa Prateada” Crítica: “Névoa Prateada”
© 9785 AToupeira. All rights reserved. XHTML / CSS Valid.
Proudly designed by Theme Junkie.