Crítica: “O Guardião dos Mundos”

Um jovem desenvolvedor de games de uma empresa de tecnologia está na melhor fase de sua vida: Kirill (Nikita Volkov) é considerado um gênio e acaba de criar um jogo que é um sucesso.

Com uma situação estável, do dia para a noite ele começa a ser esquecido, literalmente apagado de todas as memórias e registros. Esse é apenas o começo do longa russo de Sergey Mokritskiy baseado nos livros de Sergei Lukyanenko, “O Guardião dos Mundos” (Chernovik).

Após ser apagado do mundo que conhecemos, Kirill é recrutado para cuidar de uma alfândega, uma espécie de portal multidimensional com portas que permitem transitar entre diversos mundos – apenas pessoas específicas que possuem esse conhecimento.

Kirill não deseja tal fardo, contudo ele não tem outra opção, e em determinado momento, começa a gostar da ideia do poder, afinal seu corpo passa a sofrer alterações sobre-humanas e ter como transitar em diferentes mundos também é uma experiência fantástica – ali ele é considerado promissor, pois consegue abrir mais de uma porta em um período curto de tempo. Entretanto, o jovem não consegue abandonar completamente o mundo em que vivia.

A aventura russa não é lá uma das mais empolgantes, afinal, basicamente, o garoto é incumbido de abrir portas, de criar elos entre mundos. Há momentos de ação e um certo suspense. Anna (Olga Borovskaya), que é a paixão de Kirril, é o elemento utilizado para trazer um pouco de ação à produção – é por estar apaixonado que o protagonista se desenvolve -, contudo, a personagem em si é um tanto quanto sem graça, fica no papel da mocinha ingênua e indefesa que precisa ser salva.

Os efeitos especiais são bem produzidos e dão esse tom muito profissional à ficção científica – em determinados momentos havia algo de “Matrix” nos recursos utilizados no longa. Apesar de Kirril poder acessar outros mundos, estes não foram bem explorados ao decorrer da narrativa, podíamos ver pouco das peculiaridades de cada um deles, algo que se bem trabalhado poderia tornar a produção muito mais interessante.

“O Guardião dos Mundos” parte de uma boa premissa, a ideia em si é interessante, contudo o roteiro e seus muitos elementos se perdem, vários pontos ficam abertos, o que talvez seja compreensível se levarmos em consideração o final que nos dá a entender que haverá uma continuação. E aí que tal dar uma oportunidade ao longa no Cinema Virtual e dar uma escapadinha do mundo real?

por Carla Mendes – especial para A Toupeira

*Título assistido via streaming, a convite da Elite Filmes.

Filed in: BD, DVD, Digital

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