Crítica: “O Terremoto de Spitak”

Aos amantes do gênero drama com uma boa dose realidade, “O Terremoto de Spitak” traz fatos reais para seus espectadores. A trama, apesar de fazer referência ao terremoto de spitak em 1988, não contém cenas de tremores ou catástrofes, pelo contrário, o enredo da história é justamente conduzido pelo que aconteceu após o tremor que marcou aquela década.

O diretor russo Aleksandr Kott foi muito objetivo durante o processo de conceituação da produção, de modo que o drama retratado no filme faz jus ao acontecimento histórico que marcou toda uma população. Os cenários totalmente deteriorados, os personagens visivelmente abalados, dando unicidade para atuação do elenco que, durante todo o tempo soa orgânica e sútil.

O ator Lernik Harutyunyan, que deu vida a Ghor, praticamente carrega o longa nas costas, não apenas por seu protagonismo, mas por sua atuação marcante do início ao fim. Seu personagem retorna à Armênia para procurar sua família – o que a principio parece óbvio – no entanto, a complexidade de Ghor no decorrer das cenas deixa nítido que existem outros motivos que enfatizam o seu retorno após a tragédia.

Joséphine Japy interpreta Madeleine, e literalmente, pode-se dizer que ela viveu essa personagem de maneira tão intensa que, em determinados momentos, é difícil conter a emoção.

Não dá para não mencionar Alexandra Politic – a atriz mirim dá um show de interpretação como a pequena Anush. Com apenas 10 anos de idade, ela mostra que tem talento de sobra e soube muito bem desempenhar suas funções em cena, provocando emoção e comoção para quem assiste. Vale ressaltar que, por ser uma jovem atriz, viver uma personagem complexa e dramática como Anush é um tremendo desafio.

A produção se fez presente em cada detalhe apresentado, desde as marcações muito pontuais, até a caracterização que entrou em sintonia com os cenários totalmente destruídos. Um trabalho visivelmente bem projetado e detalhado, para atingir um resultado bacana, como foi apresentado.

“O Terremoto de Spitak” chega ao Cinema Virtual trazendo muito drama e emoção para o público. Lembrando que não existem cenas de ação: apesar de mencionar o terremoto ocorrido, o longa é inteiramente dedicado ao gênero drama e, diga-se de passagem, um trabalho muito bem elaborado. Vale a pena conferir.

por Pompeu Filho – especial para A Toupeira

*Título assistido via streaming, a convite da Elite Filmes.

Filed in: BD, DVD, Digital

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