Nos últimos anos, a TV brasileira viu a audiência de seus programas de humor diminuir gradativamente em decorrência da ascensão da internet e suas novas e inúmeras promessas. A alternativa encontrada por grandes emissoras foi levar esses talentos da web para as telinhas, a fim de recuperar seu público. Deu certo.
A ideia subsequente foi transportar “o novo humor” para as salas de cinema, porém, a reformulação da comédia ainda não alcançou todo seu potencial frente à indústria cinematográfica nacional. Claro que há algumas exceções, mas não são todas as produções que chamam atenção pela qualidade – é nítido que a maioria faz uso do apelo mais fácil das piadas.
“Os Penetras 2 – Quem dá mais?” traz de volta às telonas a história de Beto (Eduardo Sterblitch), agora internado em uma clínica psiquiátrica, que sente-se chateado por ter sido enganado por Marco Polo (Marcelo Adnet) seu “melhor amigo” charlatão. O acaso acontece, e Beto vê a sua vida e de seus parceiros Laura (Mariana Ximenes) e Nelson (Stepan Nercessian), dar um giro de 180º ao conhecer o milionário Santiago (Danton Mello) e o mafioso russo Oleg (Mikhail Bronnikov).
A continuidade de “Os Penetras” não obriga o espectador a assistir ao primeiro filme – o que é muito positivo – para entender a sequência da narrativa. É apenas o novo episódio de uma obra que já existe, e que pode ganhar o terceiro capítulo. Porém, diferente do longa de 2012 onde há uma centralidade na personagem de Marco Polo e sua vigarice, dessa vez existe certa confusão para entender qual é o ponto principal da trama.
O filme também sofre com uma nítida oscilação de humor, vez ou outra dando a sensação de que a piada, ou uma situação supostamente engraçada, é forçada para fazer o espectador rir a todo custo, o que coloca em risco o desfecho da história.
A produção conta com a direção de Andrucha Waddington, roteiro de Renato Fagundes e direção fotográfica de Fernando Young.
por Fernanda Ravagi – especial para A Toupeira
