Crítica: “Sonic 2 – O Filme”

Entre todas as camadas que compõem um filme, eu acredito que a capacidade de usar com eficiência a chamada imersão é uma das mais importantes. Afinal, é muito bom quando conseguimos “esquecer” que estamos em uma sala de cinema, tamanha a capacidade do que vemos em tela nos transportar para outros lugares, nos quais se passa a ação apresentada.

“Sonic 2 – O Filme” (Sonic the Hedgehog 2) , não só consegue tal feito desde as primeiras cenas, como mantém ativa a proposta por seus 122 minutos de duração, o que significa que o espectador é convidado a participar da trama que resulta da perfeita junção do que esperamos de um longa, com os elementos jogáveis que fazem do ouriço azul um dos maiores nomes do mercado de videogames há mais de três décadas.

A produção dirigida por Jeff Fowler – cuja história principal, assim como seu antecessor, tem como palco a cidade americana de Green Hill – começa mostrando como o Dr. Ivo “Eggman” Robotinik (Jim Carrey, ainda mais confortável no papel) tem lidado com seu exílio no Planeta dos Cogumelos e o quanto almeja sair desse lugar.

Para isso, contará com a inesperada ajuda do guerreiro equidna Knuckles (voz de Idris Elba na versão original). O aclamado personagem dos games, que faz sua estreia nos cinemas, mostra-se um adversário à altura do protagonista e entrega excelentes sequências de ação, principalmente no que diz respeito a combates diretos.

O centro da narrativa roteirizada por Pat Casey, Josh Miller e John Whittington mostra a busca pela Esmeralda Mestre, artefato que dá a quem o possuir, o poder de transformar qualquer pensamento em realidade – o que, é claro, seria um desastre se caísse em mãos erradas.

Se por um lado Robotinik ganha um aliado, Sonic (voz de Ben Schwartz no original, e Manolo Rey na versão brasileira) também não está sozinho.  A chegada da raposinha voadora Tails (voz de Colleen O’Shaughnessey no original) e seus diversificados aparatos tecnológicos ajudam ainda mais a criar a atmosfera singular dessa junção de live-action / animação com elementos de filme / game.

Não só mantendo, como melhorando o que já tinha dado certo em “Sonic – O Filme”, o público mais uma vez é brindado com inúmeras – e ótimas – referências à cultura pop em geral, além de easter eggs que deverão empolgar os conhecedores dos jogos da franquia da SEGA.

Entre as tramas paralelas, a mais relevante é a que mostra o relacionamento familiar do Xerife Tom Wachowski (James Marsden), sua esposa Maddie (Tika Sumpter) e Sonic, a quem tratam como um filho. Tal interação acontece de maneira tão fluida que, em nenhum momento, parece improvável.

Quanto aos efeitos especiais, estes são um verdadeiro show à parte, em especial no que diz respeito às texturas – é impressionante a qualidade que nos permite distinguir algodão, couro, pelos. Sem contar a beleza dos personagens, com seus olhos vivazes e expressões que conseguem passar exatamente o que sentem no momento.

Para completar o combo, “Sonic 2 – O Filme” conta com uma cena adicional muito significativa (e que levou parte dos profissionais de imprensa presentes à cabine a aplaudir efusivamente), que dá uma ótima ideia do que esperar da próxima fase da saga do ouriço, com o terceiro capítulo já confirmado pela Paramount Pictures e em plena fase de desenvolvimento.

Corra para os cinemas.

por Angela Debellis

*Título assistido durante Cabine de Imprensa promovida pela Paramount Pictures.

Filed in: Cinema

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