Crítica: “Star Wars: O Despertar da Força”

Pôster Crítica Star Wars O Despertar da ForçaAntes de mais nada, que fique claro: também sou fã de Star Wars – que eu insisto em chamar de “Guerra nas Estrelas”, mas nunca considerei “religião” como inúmeras pessoas ao redor do mundo.

Dito isso, vamos ao que interessa: “Star Wars: O Despertar da Força” (Star Wars: Episode VII – The Force Awakens) é bom? Sim, é. Mas confesso que meu grau de decepção foi maior do que esperava. E eu me esforcei bastante para amar o filme, sair da sala já querendo voltar – o que parecia bem provável quando o logo da Lucasfilm e os já tradicionais créditos amarelos surgiram na tela.

A trama se passa anos depois dos acontecimentos vistos em “Episódio VI: O Retorno de Jedi” e chega com a árdua missão de arrebanhar novos fãs, mas sem desagradar por completo os que já acompanham a saga há décadas – o que é meu caso.

Sob a direção de J. J. Abrams, o longa é tecnicamente incrível. As cenas gravadas em alta qualidade são de encher os olhos – já o uso do 3D não me pareceu tão necessário, uma vez só nos lembramos dele em duas ou três cenas, no máximo.

Parte da história passada num deserto, com uma mocinha que logo mostra ser mais do que um rostinho bonito, um improvável e divertido mocinho, um vilão de vestes pretas – além da máscara e voz anasalada, um dróide capaz de derreter os corações dos fãs e uma figura sábia de baixa estatura. Falamos da trilogia clássica? Não. Todos esses elementos compõe o “novo filme”.

São sequências inteiras em que, mais do que o Poder da Força ou do Lado Sombrio, o que prevalece é uma incômoda sensação de déjà vu. E o sétimo capítulo da saga imaginada por George Lucas (que após vender os direitos à Disney não tem participação alguma) acaba parecendo uma colcha dos mais diversos retalhos, onde são inseridas novidades que são a garantia de uma futura conclusão.

Para quem cresceu com a formação “Império + Imperador Palpatine + Darth Vader” é meio frustrante ver que “Primeira Ordem + Líder Supremo Snoke + Kylo Ren” estão a anos-luz de distância em matéria de vilania de qualidade. O novo antagonista parece bem mais intimidador nos trailers do que no longa (o que faz com que surja naturalmente a comparação: “Ah, é legal, mas não é o Darth Vader”).

A boa notícia é que para os fãs de longa data é um deleite rever os personagens clássicos, ainda que fisicamente tão diferentes após tantos anos. Sem perder a essência, Han Solo e Chewbacca continuam sendo uma de minhas duplas favoritas no cinema e ter a chance de vê-los novamente a bordo da icônica Millennium Falcon é gratificante.

Com inúmeras pontas soltas e até aparentes falhas no roteiro, a produção tem um final em aberto – até demais, o que “obrigará” o público a ver os episódios futuros (programados para 2017 e 2019) se quiser de fato entender muitas coisas que ficaram sem explicação.

Enfim, vai ter bilheteria alta? Sim. Vai quebrar recordes? É provável. Faz jus a tudo isso? Infelizmente não. Vale a pena ver no cinema? Com certeza, ainda mais quem já conhece os trabalhos anteriores – porém nada de exageros como fazer a contagem de quantas vezes você já assistiu (emendando uma sessão na outra) ou coisas do gênero.

A Força ainda não despertou como deveria. Esperemos pelos episódios VIII e IX.

por Angela Debellis

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