Crítica: “Um Lugar Silencioso – Parte II”

Depois de mais de um ano de sua previsão inicial e inúmeros adiamentos provocados pela pandemia de Covid-19, “Um Lugar Silencioso – Parte II” (A Quiet Place Part II) chega ao Brasil, com a (no mínimo corajosa) decisão de estrear apenas em salas de cinema – enquanto outros inúmeros títulos foram disponibilizados simultânea ou exclusivamente em plataformas de streaming.

Tal fato serve para confirmar o imenso potencial da obra que, de fato, merece ser vista no cinema, em salas bem equipadas para garantir visual e som adequados e que transformam a experiência em algo ainda mais grandioso.

A trama da sequência de “Um Lugar Silencioso”, um dos grandes sucessos de 2018, começa exatamente do ponto em que seu antecessor se encerra, o que nos dá a chance de acompanhar cada detalhe da árdua jornada enfrentada pela família Abbott, a fim de se manter em segurança.

Com esse imediatismo de acontecimentos sendo utilizado com primor, ainda há de se destacar as cenas que remontam ao chamado “Dia 1”, quando as perigosas criaturas chegam ao planeta Terra. A inesperada perda da rotina, da “normalidade”, do que nos é conhecido, é algo que assusta e incomoda, tanto na ficção, quanto no momento atual que passamos na vida real (ainda que as razões sejam completamente diferentes).

Impossibilitados de permanecer em sua casa, Evelyn (Emily Blunt), Regan (Millicent Simmonds), Marcus (Noah Jupe) e o bebê recém-nascido saem em busca de um lugar mais seguro para ficar. Para isso, precisam enfrentar os perigos que parecem cercar todos os lugares pelos quais têm que passar – o que basicamente significa ter que se embrenhar no mato, tentando equilibrar coragem, necessidade e competência para não serem mortos pelos monstros.

Equilíbrio talvez seja a palavra mais correta para se definir a franquia, o que significa que não há a temida “Síndrome da Continuação”, que acomete várias sagas. O que este novo episódio perde em originalidade – uma vez que já há uma história pré-estabelecida pelo capítulo anterior – ele ganha em ação e tensão, com as letais criaturas aparecendo muito mais tempo em tela, com uma riqueza de detalhes que as tornam ainda mais temíveis.

Mas, o ineditismo ainda existe, e é obtido através da inclusão do misterioso personagem Emmett (Cillian Murphy), antigo amigo da família, que vive isolado após a perda de sua esposa e seu filho. Caberá a ele – mesmo que, inicialmente, a contragosto – ajudar os Abbott, a fim de que todos possam manter-se íntegros e longe dos perigos.

Tal missão em certo ponto é amplificada pela separação dos protagonistas em núcleos e tramas distintas, quando é possível perceber que, embora todos os personagens tenham seu óbvio grau de importância, quem brilha, mais uma vez, é a jovem atriz Millicent Simmonds, que, assim como visto em “Um Lugar Silencioso”, volta a dar um show em tela.

Se para alguns espectadores a duração do filme pode parecer curta, é possível afirmar que os 97 minutos que o compõem são suficientes para torná-lo atrativo e eficaz. O abrupto final em aberto deixa ganchos na medida certa para um futuro encerramento do que, segundo as já declaradas intenções do diretor / roteirista John Krasinski, será uma trilogia.

Vale muito a pena conferir.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Paramount Pictures.

Filed in: Cinema

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