Franceses gostam de uma pitada de drama e mesmo em um filme de comédia, isso não seria diferente. “Uma Juíza sem Juízo” (9 mois ferme) é a prova disso. O novo longa de Albert Dupontel é uma deliciosa mistura.
A juíza Ariane Feldier (Sandrine Kiberlain), conhecida por ser extremamente rigorosa acaba aceitando o convite para a festa de réveillon da empresa e lá bebe demais. Um belo dia, seis meses após a celebração, descobre que está grávida.
Desnorteada, começa a procurar ligações com a data para descobrir se saiu com alguém naquela noite. Como trabalha com processos criminais, não foi difícil ter acesso às câmeras de segurança e a um teste de paternidade sem que alguém desconfiasse. O problema é justamente quem viria a ser o pai do garoto: um assaltante que fora acusado de cortar braços e pernas de um velhinho e ainda comer seus olhos.
Com a barriga já começando a aparecer, e completamente louca, Ariane julga o bebê como se fosse um criminoso e o condena por invadir uma propriedade privada (seu corpo). Aí aparece o pai, sim, o criminoso que a senhorita Feldier tentou condenar por inúmeros crimes, suge em sua casa e a impede de matar a criança.
É aí que entra a versão Albert Dupontel ator, sabendo fazer aquela feição de psicopata, mas que ainda assim todos querem ter em casa. Até mesmo Ariane, que o ajuda a procurar provas de sua inocência.
O longa traz um visual lindo, cores vibrantes, e uma fotografia impecável. Os atores parecem se conhecer a anos, o que facilita as piadas não tão explícitas entre eles, mas que sempre farão o espectador rir. Claro, se ele tiver uma boa dose de ironia.
Agradável surpresa. Vale conferir.
por Mayara Almeida – especial para A Toupeira
