Crítica: “A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell”

Como você imagina o mundo, a tecnologia e a sociedade daqui a 12 anos? A trama de “A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell” (Ghost in the Shell) carrega uma visão no mínimo, impressionante, de como as coisas estarão em 2029, ano em que se passa a ação do filme.

Baseado no clássico anime homônimo de 1995 – criado a partir do mangá de Masamune Shirow, o longa que tem Rupert Sanders à frente da direção, procura manter-se fiel à boa parte do que é retratado na obra original. Basicamente, acompanhamos a história da Major Mira Killian (Scarlett Johansson), personagem que carrega a peculiaridade de ter um cérebro humano em um corpo cibernético.

A protagonista é resultado de pesquisas experimentais feitas pela Hanka, conhecida por suas melhorias robóticas em humanos – algo como uma “evolução” em tempos modernos. O que ela sabe é que foi resgatada de um acidente que vitimou seus pais e após o qual só pôde manter-se viva através da, até então inédita, empreitada de transferir seu cérebro para um corpo de ciborgue.

Através das mãos da Doutora Oulet (Juliette Binocche), o novo corpo de Mira tem inúmeras vantagens, como a possibilidade de ter partes reconstituídas em caso de dano. Além de contar com um traje especial que a torna invisível (coisa que destaquei como sendo uma das mais legais do anime e que, felizmente, é mantida nesta versão).

Com um salto de um ano no tempo, a trama nos mostra a Major já em pleno exercício da função, como parte do grupo de segurança do violento Setor 9, área bastante problemática, onde se passa a maior parte da ação. A representação da cidade em toda sua grandiosidade tecnológica chega a assustar em determinados momentos – o excesso de informações por todos os lados e sua contínua e extenuante atualização faz com que passemos a questionar se estamos de fato tão distantes assim dessa realidade.

Quando o trabalho da Hanka é posto em xeque com o assassinato de parte de seu grupo de cientistas, caberá à protagonista capturar o responsável pelas execuções, Kuze (Michael Pitt), o que a levará a um caminho nunca antes percorrido: o das dúvidas em relação à verdade sobre seu passado como humana comum.

Outros personagens merecem citação, como Batou (Pilou Asbaek) – colega de trabalho e uma das poucas pessoas em que Major confia, e Daisuke Aramaki (Takeshi Kitano), um dos nomes mais poderosos dentro da empresa.

Logo após o anúncio da adaptação, o maior (entenda-se negativo) destaque foi para o fato de terem escalado Scarlett Johansson para o papel principal, uma vez que a Major “original” é asiática. A boa notícia é que o longa consegue surpreender pela qualidade e perspicácia com que explica tal fato.

Vale conferir.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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