Crítica: “Visões do Passado”

Visões do Passado pôster críticaEstamos cansados do óbvio, de perguntar aos fantasmas se eles estão lá. Estamos cansados da cena escura, longa e silenciosa, que faz com que consigamos prever o susto e que nos tira a sensação da adrenalina percorrendo pelo cérebro. Cansamos disso. Nós queremos inovação.

Como já é evidente, neste ano a onda de filmes de terror que vem por aí está prometendo muitos sustos e histórias horripilantes. Mas, o que tem o poder de impressionar mais? A ficção ou a realidade?

Em “Visões do Passado(Backtrack), produção da Saban Films e direção de Michael Petroni, não havia melhor forma do diretor utilizar psicologia, espíritos, traumas e uma cidade isolada a favor de sua produção para, a partir daí, criar uma fabulosa e intrigante história que, ao decorrer dos fatos, vai se mostrando cada vez mais clara e surpreendente ao expectador pela relação que se estabelecem entre si e que ganham mais sentido durante o seu desenrolar.

Adrien Brody, vencedor do Oscar pela sua atuação em O Pianista (2002) interpreta, neste longa, o psicólogo Peter Bower, que decide voltar com sua esposa Carol (Jenni Baird) para Melbourne, cidade em que se conheceram, a fim de esquecer o triste passado que ainda os assombra: a morte de sua filha Evie (Emma O’Farrell), de 12 anos, em um trágico acidente.

Para retomar sua rotina de trabalho, Bower recebe ajuda do Dr. Duncan (Sam Neill), que encaminha a ele pacientes de uma clínica psquiátrica. Dentre os quais estão um homem diagnosticado com amnésia, uma mulher que diz ser ignorada por todos, e uma menina que não fala absolutamente nada.

A partir daí, a situação começa a ficar tensa. O equilibrio perfeito entre terror psicológico e o sobrenatural transformam o longa em uma produção dinâmica, sem monotonia, que prende do início ao fim e ainda rende cenas assustadoras que dão aquela “acordada” no espectador.

Inicialmente, o filme fornece muitas informações que devem ser bem absorvidas para que o entendimento dos acontecimentos futuros seja mais tranquilo. Para os mais apressados, essa dose de informação pode ser exaustiva, mas no decorrer da trama os fatos conectam-se automaticamente e geram uma leve satisfação, afinal, o que ocorreu por trás da morte de Evie? Quem são os pacientes misteriosos? Por que Bower nunca aceitou a perda de sua filha?

Um enredo magnífico que envolve crenças, mistérios, paranoias e traumas. Michael Petroni consegue reunir, em 130 minutos, uma boa parte do lado desconhecido pelo senso comum transformando-o em uma história intensa e reflexiva, até para os que não acreditam no sobrenatural. A premissa espírita é o que prevalece, pois nos mostra que absolutamente nada acontece por acaso.

Imperdível!

por Ary Cruz – especial para A Toupeira

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