Crítica: ” Viva – A Vida é uma Festa”

Diz a sabedoria popular que uma pessoa permanecerá “viva” enquanto estiver presente na lembrança de alguém. E é justamente a importância da manutenção de entes queridos em nossa memória, um dos pilares da magnífica animação “Viva – A Vida é uma Festa” (Coco).

Tendo o México como cenário, a produção nos apresenta o jovem sonhador Miguel, que vê sua ambição de se tornar um grande astro da música (tal qual seu ídolo Ernesto De la Cruz) tolhida pela família tradicional que, devido a um triste fato acontecido há várias gerações, considera qualquer manifestação artística algo a ser evitado de todas as formas.

A ação principal se dá durante as festividades do Dia dos Mortos, data muito importante na cultura mexicana, na qual os antepassados recebem diversas homenagens e quando, segundo reza a tradição, podem atravessar o espaço que os separa do “Mundo dos Vivos” para rever seus parentes.

De maneira inesperada, Miguel acaba parando justamente no lado oposto – o “Mundo dos Mortos” – que, ao contrário do que poderia ser a solução mais óbvia, é representado com cores vibrantes e consegue encher os olhos dos espectadores, por sua beleza e sensibilidade.

Seu pequeno companheiro de viagem, Dante, é um dos grandes trunfos da animação (a ponto de ter ganho seu próprio curta-metragem). Os tutores de animais em geral deverão se divertir com várias atitudes do cativante e divertido cãozinho. Vale prestar atenção também no simpático Hector, que será uma espécie de guia do menino, durante sua incomum jornada.

A corrida contra o tempo, que obriga o protagonista a retornar à segurança de seu lar antes que o dia amanheça, faz com que ele passe por momentos que transitam entre a diversão, a surpresa e a emoção. É fácil pegar-se torcendo para que o aspirante a cantor tenha sucesso não só nessa, mas em todas as suas empreitadas.

São inúmeros os elementos que merecem destaque, o que significa que todas as indicações e os prêmios já conquistados, são merecidos. A trilha que tem como carro-chefe a emocionante “Lembre de Mim”; a sequência inicial, quando a história é mostrada através da renda de várias toalhas coloridas penduradas em varais; o respeito e o amor pela família; a identidade de cada personagem falecido, que se mantém intocada, mesmo que sua representação física tenha mudado tanto – apesar de serem caveiras, cada um consegue manter-se único e distinto.

Que maneira encantadora de começar 2018. Imperdível!

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

You might like:

Crítica: “Godzilla e Kong: O Novo Império” Crítica: “Godzilla e Kong: O Novo Império”
Crítica: “Instinto Materno” Crítica: “Instinto Materno”
Crítica: “Nada será como antes – A música do Clube da Esquina” Crítica: “Nada será como antes – A música do Clube da Esquina”
MIS celebra 40 anos de “Ghostbusters” com exposição inédita e gratuita MIS celebra 40 anos de “Ghostbusters” com exposição inédita e gratuita
© AToupeira. All rights reserved. XHTML / CSS Valid.
Proudly designed by Theme Junkie.