Direto da Toca: Assistimos à peça “A Última Sessão de Freud”

“… há evidências tanto a favor quanto contra as proposições cristãs que mentes plenamente racionais, trabalhando honestamente, podem avaliar de maneira diferente. ”

(C. S. Lewis em “Sobre a obstinação da crença”)

Crédito: João Caldas Filho

Sigmund Freud e C. S. Lewis são dois emblemáticos pesquisadores que influenciaram profundamente a cultura e o pensamento ocidental. A peça, A Última Sessão de Freud, faz mais do que colocar esses dois personagens famosos para dialogar, e mostra pesquisadores renomados que tinham visões bem distintas do mundo e que contribuíram para discussões importantes dentro de áreas em comum, sendo baseada no livro “Deus em Questão”, escrito pelo Dr. Armand M.Nicholi Jr., professor clínico de psiquiatria da Harvard Medical School.

Freud, pai da psicanálise, lançou quatro livros distintos sobre a religião (sendo ateu convicto) e aplicou sua visão da mente humana até mesmo na literatura, sendo seu conceito de “infamiliar” usado até hoje na produção e análise de literatura fantástica.

Já C. S. Lewis foi um pesquisador medievalista da Universidade de Oxford, um ateu convertido ao cristianismo, que publicou diversos ensaios discutindo questões teológicas, e inclusive teve um programa de rádio durante a Segunda Guerra Mundial onde usava sua fé para acalmar a população inglesa. Sua contribuição à literatura de fantasia vai muito além das “As Crônicas de Nárnia”, com diversos artigos, ensaios e mesmo outras obras de fantasia.

Na peça, Sigmund Freud é interpretado por Odilon Wagner e C. S. Lewis por Claudio Fontana, dois aclamados atores, com inúmeras passagens por novelas e filmes nacionais. A peça flui alternando momentos de humor, reflexão e tensão, passando por temas que vão da existência de Deus e a natureza do mal, ao mesmo tempo em que traumas e alegrias pessoais vão sendo revelados, enquanto o contexto daquele momento histórico nos é mostrado gradualmente.

Sem defender um dos lados, mas mostrando as confluências e divergências de cada um, “A Última Sessão de Freud” é indicada para os fãs de ambos, assim como para quem gosta de uma discussão filosófica profunda sem a monotonia do academicismo, e está disponível para ser assistida no Teatro Vivo até 26 de junho, às sextas-feiras, às 20h; aos sábados, às 21h; e aos domingos, às 18h.

por Luiz Henrique Fernandez – especial para A Toupeira

*Espetáculo assistido no Teatro Vivo, a convite da Pombo Correio Assessoria de Comunicação.

Filed in: Direto da Toca, Teatro

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