Crédito: Jamil Kubruk
Baseado em “O Doente Imaginário”, a peça teatral “Na Cama com Molierè” encerrou sua temporada na capital paulista neste domingo, 28 de abril.
A narrativa conta a história do velho Aragão, que acha que está doente e quer a todo custo ser internado, despertando assim o interesse dos médicos charlatões, e a felicidade de sua segunda esposa a interesseira Belinha que torce pela sua morte e a deixe como herdeira.
A trama é retratada com uma pegada humorística e sarcástica, o espectador logo irá ligar o método de atendimento médico aos que são aplicados no sistema único de saúde existente no Brasil (e isso não é um elogio). Alguns pontos na peça são meio confusos, principalmente em seu início que consiste em todo o elenco entrando na sala fazendo o maior barulho e os espectadores podem não compreender de imediato o tom proposto. Outro fato que não ficou muito claro – pelo menos para mim – é o porquê da personagem Tonha ser interpretada por um homem.
Crédito: Jamil Kubruk
Em certos momentos a plateia é convidada a participar de alguns atos, porém nem todos aceitavam fazer parte da interação. O roteiro foi todo bem conduzido, embora possa ficar uma leve sensação de que faltou mais entrega por parte dos atores em determinadas cenas.
A experiência é muito válida, pois toda forma de arte é uma reivindicação, e com essa não seria diferente. A obra faz uma crítica bem escancarada à saúde pública no Brasil, a todo descaso do poder público e À falta de fiscalização pelos órgãos competentes.
A temporada paulista do espetáculo teve 30 apresentações e durante esse período o trabalho apresentado sofreu modificações algumas vezes em decorrência de afastamento de pessoas do elenco. Um deles foi o ator Henrique Taubaté (homenageado pelos 50 anos de carreira), que teve que se ausentar por problemas de saúde, porém tem sua volta prevista na próxima temporada, que muito provavelmente terá início já no próximo semestre.
por Leandro Conceição – especial para A Toupeira
