Com texto totalmente autoral de Juliano Marceano, estreou na última quarta- feira, 08 de junho, o musical “Em Algum Lugar Entre As Estrelas”, com direção geral de Celso Correia Lopes e direção musical de Ettore Veríssimo. Ator, Cantor e também Dramaturgo, Juliano é conhecido pelas adaptações para o teatro de obras como: “O Menino Maluquinho” e “Castelo Rá Tim Bum.” Sendo também responsável pelo texto original do musical “Brilha la Luna”.
“Em Algum Lugar Entre As Estrelas” é um espetáculo genuinamente brasileiro, reforçando cada vez mais o crescente cenário de musicais produzido nacionalmente, e não mais importados da Broadway, como foi comum por muitas décadas (que eram/são muito bons), todavia os artistas brasileiros sempre tiveram potencial para se consolidaram nesse mercado que a cada ano ganha mais notoriedade, ultrapassando o eixo comum Rio/São Paulo.
Nós, do A Toupeira, fomos convidados para assistir à sessão realizada na noite de ontem, 09 de junho e agora contamos como foi nossa experiência. O espetáculo conta a história de três personagens em diferentes décadas. Paula (Vanessa Rodrigues), com seu casamento interrompido pela ditadura militar; Leonardo (Juliano Marceano), em sua fase de autoconhecimento, enfrentando as dúvidas e angústias de uma relação homoafetiva em meados dos anos de 1990; e Gabriela (Michelle Giudice), vivenciando a fragilidade do amor nos anos atuais.
As tramas vão sendo contadas e se entrelaçam em algum momento, pois todos os protagonistas têm um único intuito, que é viver e ser feliz, em uma sociedade justa, segura e liberta de paradigmas, estereótipos, preconceitos e opressões. Porém, todas as histórias são marcadas por lutas recorrentes a década vivenciada por cada personagem.
A narrativa abordada traz ao público, mesmo que involuntariamente, a pergunta: o futuro está repetindo o passado? O que há décadas foi uma afirmação na canção de Cazuza, “O Tempo Não Para,” hoje é um questionamento real. Retroceder é sinônimo de derrota? Até que ponto lutar por uma causa vale a sua felicidade? Quando é tarde demais para se descobrir?
O desenvolver das histórias mostram que não, o futuro não está repetindo o passado, por mais minúsculas que sejam as mudanças, elas têm acontecido. Todavia, ainda há muito caminho a percorrer para que todo cidadão tenha seus direitos básicos preservados e a liberdade de expressar-se garantida. E nunca é tarde demais para ser feliz, há infinitas possibilidades, que não se restringem a circunstâncias momentâneas.
A temporada de “Em Algum Lugar Entre as Estrelas” segue até 28 de julho, com sessões às quartas e quintas-feiras, ás 20h30, no Espaço ao Cubo, em São Paulo. Para mais informações, clique aqui.
Crédito das fotos: Leandro Conceição.
por Leandro Conceição – especial para A Toupeira
