Direto da Toca: Estivemos na Coletiva de Imprensa de “Fragmentado” com M. Night Shyamalan

“Fragmentado”, a nova produção do cineasta indiano M. Night Shyamalan, chega aos cinemas na próxima quinta-feira, 23 de março (data em que você confere nossa Crítica Completa) e o diretor esteve em São Paulo na tarde de hoje, 21 de março, para conversar com a imprensa especializada, após a exibição para os jornalistas.

Bastante receptivo, ele transformou a Coletiva em uma espécie de bate papo descontraído e repleto de informações interessantes (algumas, inclusive, nem poderão ser citadas neste texto, a fim de preservar uma das maiores e mais inesperadas surpresas do filme. Mesmo que você não se importe com spoiler, procure não saber muita coisa sobre a trama antes de assistir).

Com um modesto orçamento de US$ 9 milhões, o longa já pode ser considerado um enorme sucesso, uma vez que até o momento alcançou quase US$ 250 milhões em bilheteria. Com tamanha repercussão positiva, uma continuação seria o caminho mais lógico e esta foi confirmada pelo diretor, com estreia programada para 2018.

Quando questionado por sua clara predileção em colocar personagens em porões, Shyamalan afirmou que o que o atrai na verdade é a sensação de claustrofobia, ficar preso em um lugar onde não se tem consciência do que acontece do lado de fora. Isso ajuda a compor o chamado “Suspense Psicológico”, que segundo ele, é o tipo de filme que começa bem assustador e acaba mostrando do que a mente e o corpo humano são capazes.

Para criar a produção, ele fez aulas de Psicologia e contou com a prodigiosa ajuda de sua esposa Bhavna Vaswani, formada na área. Foram feitos estudos de casos reais de pessoas portadoras de TDI (Transtorno Dissociativo de Identidade), a fim de levar o máximo de veracidade às telas.

Afirmou ainda que hoje em dia o pensamento dos espectadores está muito diferente do que era na época em que lançou um de seus filmes mais cultuados, “Corpo Fechado” e foi bastante categórico ao dizer que o público poderia não estar preparado para a trama do longa, até porque não havia quase nenhum filme que levasse uma adaptação de HQ’s ao cinema – coisa absolutamente corriqueira nos dias de hoje.

Ao falar sobre James McAvoy, o cineasta não poupou elogios a seu talento e, principalmente, à boa vontade em fazer tudo que lhe era solicitado no set de filmagens. Para facilitar o trabalho do ator, as gravações eram programadas para que ele tivesse que interpretar apenas um papel – no caso, uma personalidade – por dia, a fim de aumentar sua concentração. Tal decisão deu tão certo, que muitas vezes após a gravação de uma cena, os presentes no local batiam palmas calorosas para prestigiar a atuação.

Ao contrário da grande maioria dos profissionais de nome do ramo, Shyamalan parece sentir-se orgulhoso com o fato dele mesmo financiar seus próprios filmes. Apesar de arriscada, a jogada mais uma vez se provou acertada e traz de volta – tomara que de maneira definitiva e sólida – seu nome à luz do sucesso, seja de público ou de crítica.

Crédito das fotos: Angela Debellis. Clique nas imagens para ampliá-las.

  

por Angela Debellis

Filed in: Cinema, Direto da Toca

You might like:

Crítica: “Instinto Materno” Crítica: “Instinto Materno”
Crítica: “Nada será como antes – A música do Clube da Esquina” Crítica: “Nada será como antes – A música do Clube da Esquina”
MIS celebra 40 anos de “Ghostbusters” com exposição inédita e gratuita MIS celebra 40 anos de “Ghostbusters” com exposição inédita e gratuita
Cine Marquise exibe trilogia “Batman: O Cavaleiro das Trevas” pelo selo Clássicos no Marquise Cine Marquise exibe trilogia “Batman: O Cavaleiro das Trevas” pelo selo Clássicos no Marquise
© AToupeira. All rights reserved. XHTML / CSS Valid.
Proudly designed by Theme Junkie.