Direto da Toca: Estivemos na Coletiva de “Legalize Já – Amizade nunca morre”

Aconteceu na tarde de hoje, 02 de outubro, a Coletiva de Imprensa do filme “Legalize Já – Amizade Nunca Morre”. A produção é inspirada na história de Marcelo D2 e Skunk e conta as origens da dupla que viraria o Planet Hemp, como se conheceram e a grande amizade que uniu os dois.

Estavam presentes os diretores Johnny Araújo e Gustavo Bonafé, o produtor Paulo Roberto Schmidt, e os atores Ícaro Silva, Marina Provenzzano e Renato Goés. Os entrevistados comentaram sobre a construção do arco da história do filme e dos personagens, o apoio de Marcelo D2 à equipe técnica e ao elenco, além de explicar o local político em que o filme se encontra.

Sobre a trama, os diretores foram unânimes ao dizer que que mais do que um filme sobre o Planet Hemp, este é sobre encontros, particularmente entre D2 e Skunk. Gustavo Bonafé acrescentou que o título também trata sobre o poder da arte, e como a amizade e o amor mudam uma pessoa, e criam novas oportunidades para esta.

Johnny Araújo, indo mais a fundo sobre o retrato do processo de criação musical dentro do longa, explicou que mesmo já tendo trabalhado e sendo amigo de D2, conversou muito sobre o processo da dupla – Skunk e D2. Além do mais, a questão de retratar o processo criativo dos dois era uma forma de demonstrar a amizade e a forma como se relacionavam através da criação musical.

Do processo de criação dos personagens, o diretor Araújo explicou que todas as músicas não foram dubladas, mas sim cantadas pelos próprios atores. Sobre isso, Renato Goés contou que participou de uma banda antes e durante o processo de filmagens, embora não tivesse nenhum contato prévio com canto. Ícaro Silva comentou que sua experiência no meio do canto, embora com outras práticas, facilitou o processo.

Crédito: Ícaro Marques

Renato Goés também explicou o processo que levou para desenvolver o sotaque e os trejeitos cariocas de D2, tão diferentes dos dele, que é pernambucano: antes das filmagens, passou a frequentar os locais que o rapper viveu e frequentou, evitou andar com seus amigos pernambucanos, e até mesmo com a família. Porém, com as filmagens da novela “Velho Chico” seu processo sofreu um atraso. Ainda assim, Goés contou que enviou uma gravação a D2, que pensou que fosse o próprio rapper, mais jovem.

Ícaro Silva disse que a construção de seu personagem, o rapper Skunk, foi a partir de pouquíssimos materiais gravados ou escritos do próprio, mais baseada nos depoimentos e na paixão e amizade conservada por D2, e nas próprias vivências, usando referências da própria juventude periférica, além das próprias referências musicais. Além disso, eles se identificou com várias questões raciais sofridas por Skunk.

Marina Provenzzano contou sobre como a construção da personagem por sua vez foi diferente dos outros dois, dado que enquanto os originais se tratavam apenas de uma pessoa, sua personagem era uma fusão das três mães dos filhos de Marcelo D2. O papel lhe deu grande liberdade, mas seu enfoque foi na grande paixão que as três ainda têm por D2, reunidas em uma só personagem.

O apoio de Marcelo D2 ao filme foi algo importante e comentado durante a entrevista. Johnny Araújo declarou que D2 não interferia no processo de criação, porém auxiliava dando dicas, conselhos sempre que necessário. Todos os atores concordaram que a presença dele ajudou a ampliar seus conhecimentos dos personagens, pois ele mesmo viveu em primeira mão as histórias narradas.

Do local político que “Legalize Já” se encontra, o comentário era unânime sobre a questão de que o filme não é político, apesar da crítica social e embora haja apologia à maconha – algo que dificultou a captação de recursos, segundo o produtor Paulo Roberto Schmidt. Porém ao não se afastar de abordar temas polêmicos, como aborto clandestino, violência policial e maconha – pois a própria história estava permeada por tais -, e ao abordar o próprio contexto histórico do momento que se passa, a recém reabertura democrática brasileira e o impeachment de Collor, o filme acaba por ter um pano de fundo político inevitável.

“Legalize Já – Amizade Nunca Morre” estreia dia 18 de outubro, data em que você confere nossa Crítica Completa.

por Ícaro Marques – especial para A Toupeira

Filed in: Cinema, Direto da Toca

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