Direto da Toca: Fomos à Coletiva de Imprensa com Ken Spector, diretor do aplicativo Happy Cow

Ainda que tenha uma longa jornada pela frente, o Veganismo tem mostrado força e traçado um caminho de crescente popularidade ao redor do mundo. O que antes era uma rara exceção, agora já entra para o cotidiano, com cardápios de restaurantes se atualizando para atender também a esta parte do público.

Hoje pela manhã, estivemos em evento promovido pelo Encontro Vegano JMA na unidade paulista do Restaurante Loving Hut (localizada no bairro de Vila Mariana), para uma entrevista exclusiva e um Café da Manhã com Ken Spector, diretor do aplicativo Happy Cow, o maior guia de produtos e serviços veganos do mundo, cuja finalidade é divulgar os mais diversos estabelecimentos que oferecem algum tipo de préstimo relacionado ao movimento. O recurso conta com 80 milhões de visualizações por ano e cerca de 1 milhão e meio a 2 milhões de downloads.

Segundo dados fornecidos por ele, e de acordo com cadastros no aplicativo, no Brasil existem 314 restaurantes veganos, sendo 83 somente em São Paulo. Até pouco tempo atrás, esses números pareciam quase impossíveis de serem alcançados, mas hoje em dia pode-se dizer que são apenas o cume de uma crescente montanha.

Ken, que é Vegano há 28 anos, falou com os jornalistas sobre a devastação da Amazônia, cujo percentual de 70% deve-se à pecuária. O maior exportador de carne bovina do mundo – a União Europeia – estuda a proibição da importação de carne brasileira devido a esse triste fato.

Com a clara mudança que está atingindo o mercado, já é possível encontrar uma gama de produtos veganos com mais facilidade nos mercados tradicionais, e o próprio Ken foi a um estabelecimento em São Paulo, onde havia um freezer de uma conhecida marca, dividido entre produtos convencionais e os produzidos sem nenhum ingrediente de origem animal.

Sobre o que o público espera encontrar, o diretor afirmou que a maioria busca, além da garantia de que os produtos são livres de crueldade animal, que haja qualidade – de nada adianta substituir elementos naturais por sintéticos, é necessário encontrar um caminho que preze também pela manutenção da excelência do resultado final que chega às mãos do consumidor.

Com vasta experiência em viagens ao redor do mundo, entre as história que Ken tem para contar, está a de um restaurante no Camboja, anteriormente especializado em pratos contendo carne de cachorro e que, agora, tem um menu exclusivamente vegano. Assim como este, há vários exemplos de estabelecimentos que passaram a enxergar o movimento com outros olhos e mudaram de maneira radical o que oferecem.

Também ficamos sabendo sobre a doença do pai de Ken, diagnosticado há cerca de um ano com câncer de estômago. Segundo os médicos, tal fato pode ser associado à alimentação incorreta, composta basicamente por carne vermelha, sem a presença de nenhum tipo de verdura ou legume.

Ao término da esclarecedora conversa, pudemos degustar um excelente Café da Manhã e ampliar ainda mais nossa certeza de que um cardápio livre de crueldade animal pode ser tão – ou mais – saboroso do que um que inclua elementos ditos “tradicionais”.

Também fomos agraciados com alguns produtos – de salsichas a sorvete, passando por achocolatado e hambúrgueres, tudo vegano e muito saboroso. Vale dizer que devem agradar mais ao paladar de quem já tem uma prévia preferência por sabores mais voltados à soja e afins – lembrando que em lojas especializadas e até mesmo em hipermercados padrão existem opções (em número cada vez maior) de itens que simulam o gosto da carne animal, a fim de atender a uma parcela que tem simpatia pelo veganismo, que pretende adotá-lo em sua vida, mas ainda se importa em sentir o sabor da dieta carnívora.

Crédito das fotos: Angela Debellis.

por Angela Debellis

 

 

 

Filed in: De tudo um pouco, Direto da Toca

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