Aconteceu na tarde de ontem em São Paulo, a Coletiva de Imprensa com o ator Doug Jones, que atualmente pode ser visto como um dos protagonistas da série “Star Trek: Discovery”, na qual interpreta o Comandante Saru. Ele está no Brasil como atração principal da StarCon: Os Mundos de Doug Jones, marcada para amanhã, 02 de fevereiro, na capital paulista.
Doug mostrou-se muito à vontade diante das inúmeras perguntas feitas pelos jornalistas presentes, as quais respondeu de maneira muito generosa e sempre com um sorriso no rosto – ele é extremamente carismático e divertido.
Quando questionado sobre a responsabilidade da série apresentar novos personagens, mas ainda manter os já aclamados pelos fãs, ele assumiu que a sensação da equipe é de “andar sobre o gelo”, pois há um minucioso trabalho que visa agradar tanto quem já conhece qualquer outra ramificação da franquia Star Trek, quanto quem chega agora para se aventurar no espaço baseado na obra de Gene Roddenberry.
Com relação ao Comandante Saru, contou que seu ritual de preparação para gravação dos episódios inclui cerca de uma hora de maquiagem (o que, segundo ele, “é um sonho” se comparada a produções anteriores que já lhe custaram nove horas diárias entre a montagem e a retirada de maquiagem e próteses), e alguns momentos para encontrar o equilíbrio sobre as botas do personagem que tem uma postura bastante peculiar.
Sobre sua preferência entre os clássicos capitães Kirk (da Série Clássica) ou Picard (de A Nova Geração), o ator disse admirar a ambos por razões distintas: Kirk foi o primeiro capitão que ele acompanhou e Picard é interpretado por um ator que ele considera maravilhoso dentro e fora das telas: Patrick Stewart.
Doug também falou sobre outros trabalhos marcantes de sua carreira como os personagens que interpretou em produções de Guillermo del Toro: O Fauno e o Homem Pálido de “O Labirinto do Fauno”; Abraham Sapien de “Hellboy” e “Hellboy e o Exército Dourado” (neste também interpretando o Anjo da Morte); e o Homem-Anfíbio de “A Forma da Água”. Sobre o diretor, disse tê-lo como seu favorito no ramo e que teve sua vida transformada pelas oportunidades que em trabalhar ao seu lado.
E por falar nos monstros de Del Toro, houve espaço para uma questão relacionada ao uso cada vez mais comum do CGI em detrimento às maquiagens orgânicas e artísticas. Segundo Doug, o diretor acredita no jeito “old school” de se apresentar um personagem em tela, por isso consegue criar ‘monstros que são mais humanos do que muitos humanos de verdade’.
Com uma vasta coleção de papéis icônicos, o ator já deixou sua marca no Universo cinematográfico da Marvel, ao dar vida ao Surfista Prateado na produção de 2007, “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado” e falou com saudade sobre uma conversa que teve com o cartunista Stan Lee, na qual o criador do personagem afirmou que este era o seu preferido.
Ao lembrar-se de um de seus primeiros trabalhos, o zumbi Billy Butcherson no clássico “Abracadabra” (Hocus Pocus, no original), Doug explanou a vontade de voltar a interpretar o papel – e nós adoraríamos vê-lo novamente em ação, mas, aparentemente, a nova versão será um reboot que não contará com o elenco do original de 1993.
Ao término da Coletiva, que também contou com a presença de parte da equipe de realizadores da StarCon e com o dublador oficial de Saru no Brasil, Fábio Moura, Doug Jones posou para os jornalistas ao lado de um cosplayer do personagem e conseguiu ganhar em definitivo a simpatia dos que estavam na sala.
A primeira temporada completa de “Star Trek: Discovery” está disponível na Netflix, assim como novos episódios inéditos da segunda temporada são lançados semanalmente pela plataforma. Também é possível ver produções curtas – com cerca de 12 minutos cada – com destaque para “A Estrela Mais Brilhante”, que mostra o planeta natal de Saru e sua inserção na Frota Estelar.
Crédito das fotos: Angela Debellis.
por Angela Debellis
