Direto da Toca: Participamos da Coletiva de Imprensa Virtual de “Veneza”

Crédito: Reprodução YouTube

Na tarde de hoje, 15 de junho, aconteceu a Coletiva de Imprensa Virtual do filme nacional “Veneza”, dirigido por Miguel Falabella. Mediada por Flavia Guerra, a reunião contou o diretor Miguel Falabella e parte do elenco ao vivo – Dira Paes, Carol Castro, Eduardo Moscovis, Danielle Winits, Caio Manhente e Roney Villela – para discorrer sobre a obra em si e também explorar um pouco dos percalços que ocorreram nos bastidores dessa lindíssima produção do cinema brasileiro.

Na trama, acompanhamos Gringa, uma idosa dona de um bordel no interior do Brasil que sonha em embarcar para Veneza, e assim encontrar um antigo amor que acabou se separando.

Gringa faz Tonho (Eduardo Moscovis), o faz tudo do local, e Rita (Dira Paes) a gerente, prometerem que a levaram a cidade italiana antes de sua morte, entretanto a viagem ficaria muito cara e para honrar com o pedido da mulher que todos consideram como mãe, os personagens se unirão ao circo da cidade para criar uma Veneza em meio ao Brasil interiorano, mesmo que ela seja construída de sonhos e fantasias.

O principal tema abordado durante toda a coletiva foram justamente os “sonhos”, como não poderia ser diferente, já que a estética e a trama da obra giram em torno desse conceito durante toda sua duração.

O diretor Miguel Falabella deixou claro em suas falas como a produção do filme foi literalmente a realização de um sonho pessoal, tanto para si mesmo, quanto para todo o elenco que se emocionou ao falar sobre a experiência de construir a trama maravilhosa com que o longa nos brinda.

Entre as declarações mais impactantes em meio à coletiva, podemos destacar a do ator Eduardo Moscovis, que se emocionou ao falar sobre a desvalorização da classe artística na atual gestão do Brasil. Ele também comentou sobre as dificuldades de lidar com as mentiras contadas em relação ao processo de financiamento das obras nacionais, assim como de executar a melhor produção possível com um orçamento extremamente limitado.

Um aspecto curioso que vale ser destacado é o sentimento que o elenco visava transmitir com a sua obra: durante toda entrevista, a palavra ‘esperança’ sempre era abordada como o resultado que gostariam de transmitir para audiência.

E, em vista de sua narrativa, podemos confirmar que esse objetivo foi atingido com louvor, afinal o fio condutor para a emocionante história de “Veneza” é justamente a capacidade do povo brasileiro de usar sua imaginação para superar suas dificuldades e alcançar seus sonhos.

O discurso esperançoso do elenco é motivador e contrasta com as várias dificuldades que o filme encontrou para ser finalmente lançado, como a falta de apoio à classe artística, assim como o período de pandemia, que acabou prejudicando em muitos aspectos o alcance que o longa poderia ter em um momento menos conturbado para a indústria cinematográfica.

Em todo momento, Miguel Falabella sempre afirmou como era importante para ele representar a brasilidade na produção, mesmo que seu texto original seja oriundo de outro país. E, ao carimbar a identidade brasileira em seu roteiro, ele exalta características positivas que encontramos na população local, como a criatividade e a esperança.

Mas também é possível encontrar na narrativa, questões sociais delicadas que tangem nossa sociedade como a homofobia e a transfobia, discutidos dentro da trama por meio do personagem Júlio (interpretado de maneira magistral pelo ator Caio Manhente).

A entrevista termina com o elenco conversando e se divertindo ao lembrar das realizações e desafios em meio à produção, e afirmando de forma emocionante que todos os envolvidos no longa puderam viver em suas peles a realização do sonho da Gringa.

“Veneza” é um dos destaques entre os lançamentos cinematográficos nacionais no ano de 2021. Com estreia marcada para a próxima quinta-feira, 17 de junho – data em que você confere nossa Crítica Completa – é um título emocionante e carregado de esperança que merece ser visto por todos que desejam sentir em seu âmago a coloração que esse trabalho nos proporciona em um momento tão cinza na realidade brasileira.

por Marcel Melinsk – especial para A Toupeira

Filed in: Cinema, Direto da Toca

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