Direto da Toca: Resenha do livro “Grandes Contos”, de H. P. Lovecraft

Quando um autor atinge um alto patamar de relevância dentre o gênero para o qual produz, é usual encontrar várias publicações que se intitulam como “versões definitivas” de suas obras, o que faz com que os leitores mais ávidos tenham diferentes volumes com conteúdo semelhante em suas estantes, tal a ligação para com o que é oferecido em suas páginas.

Lançada pela Editora Martin Claret, com tradução de Alda Porto, Lenita Rimoli Esteves, Vilma Maria da Silva, Paulo Cezar Castanheira “Grandes Contos” traz o que há de melhor na trajetória de H. P. Lovecraft, autor americano que, mesmo após quase 84 anos de seu falecimento (em 15 de março de 1937), segue como um dos grandes pilares do terror na literatura.

A capa dura com acabamento fosco e aplicação de verniz localizado da edição traz a temível figura de Cthulhu, uma das mais célebres criações do autor, que protagoniza um de seus contos mais aclamados, “O chamado de Cthulhu”.

Como curiosidade, cabe dizer que a misteriosa entidade cósmica cuja primeira aparição se deu na revista Weird Tales, em fevereiro de 1928, tornou-se popular não só entre os admiradores da obra do autor, mas em vários outros nichos da cultura pop atual, como quadrinhos, jogos de RPG, séries animadas e músicas.

Em 1176 páginas, há 45 contos que prometem fortes emoções a quem enveredar por seu conteúdo. Entre eles, clássicos tidos como “obrigatórios” pelos admiradores do autor, como “O Cão de Caça” (que traz a primeira menção a outro elemento icônico: Necronomicon, o Livro dos Mortos), “Dagon” – seu primeiro conto como profissional – e “A Cor que caiu do Espaço”, lembrado pela grande maioria quando surge o questionamento de quais os melhores trabalhos de Lovecraft.

É importante frisar que, ainda que tenha seu nome diretamente ligado ao gênero terror / horror, sua obra consegue ter uma profundidade ainda maior ao abraçar livremente a ficção científica e vários elementos fantásticos e inseri-los com maestria em seus textos.

Os contos funcionam com perfeição se lidos em separado e há opções para todos os momentos de disponibilidade do leitor. Alguns, como “Os gatos de Ulthar”, contêm apenas quatro páginas, mas seu conteúdo – que pende mais para o lado do “incômodo” psicológico do que para o terror absoluto – é capaz de fazer refletir por um tempo muito maior do que o dispensado para sua leitura. Excelente feito para algo que foi escrito há 100 anos (recém-completados em novembro de 2020).

Para concluir, a publicação ainda conta com o ensaio “O horror sobrenatural em literatura” – também escrito por Lovecraft -, repleto das mais diversas informações interessantes sobre o assunto.

Sabe aquele tipo de investimento que vale a pena? Pois “Grandes Contos” é claramente um deles, e uma ótima opção para figurar em sua lista de aquisições literárias deste ano.

Crédito das fotos: Angela Debellis.

por Angela Debellis

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Filed in: Direto da Toca, Livros

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