Theatro Municipal de São Paulo abre oficialmente a temporada de concertos com Carmina Burana e Magnificat

A Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo realiza a abertura oficial da sua temporada de concertos 2019 com uma série de apresentações intitulada “O Sagrado e o Profano” com obras de Johann Sebastian Bach e Carl Orff. Os concertos acontecem no dia 15 de março, às 20h, e 16 e 17 de março, às 17h. A regência é do maestro Roberto Minczuk que nesta apresentação celebra os seus 25 anos de carreira.

“Esta é a primeira vez no Theatro Municipal de São Paulo que essas peças são apresentadas juntas. Teremos uma das obras mais incríveis do período barroco, o Magnificat em ré maior, de Bach, que coroa a tradição da música sacra e o Carmina Burana, de Carl Orff, que é uma das músicas mais conhecidas de todos os tempos”, afirma o maestro.

Juntamente com o Coral Paulistano, sob a preparação da maestrina Naomi Munakata, os músicos executam uma das obras monumentais de Bach, Magnificat em Ré Maior (BWV 243). Como solistas nesta peça, estarão as sopranos Laura Pisani, Marília Vargas, a mezzo soprano Cecília Massa, o tenor Luciano Botelho e o barítono Homero Velho.

A obra concisa de 30 minutos foi escrita, em 1723, para ser executada às vésperas de Natal, sendo posteriormente adaptada a todas as épocas do ano. Baseada no Evangelho Segundo Lucas, faz referência ao momento do anúncio à Virgem Maria de que ela foi a escolhida para dar a luz a um filho gerado pelo espiríto santo, o salvador.

Junto ao Coro Lírico, o Coro Infantojuvenil da Escola de Música do Theatro Municipal e mais três solistas, Laura Pisani, Luciano Botelho e Homero Velho, a Orquestra executa a mais famosa obra de Carl Orff, a cantata Carmina Burana em forma de concerto.

Um dos títulos desta peça que será facilmente reconhecido pelo público é O Fortuna, presente em inúmeros filmes como “A Filha do General”. Para o maestro titular do coro lírico, Mário Zacarro, este trecho surpreende por ter o coro forte e a marcação rítmica pulsante da percussão.

Carmina Burana é baseada em 24 manuscritos profanos escritos em latim medieval encontrados no Mosteiro de Bauern, daí o nome Burana, e aborda o descontentamento dos monges com as corrupções do clero. A obra estreou em 1937, em Frankfurt, e desde então se tornou uma das peças mais conhecidas de música clássica. A obra é sobre amor, sexo, bebida e dança.

Crédito: Gsé Silva

25 anos Minczuk

Este concerto também é especial, pois celebra os 25 anos de carreira do maestro Roberto Minczuk. O regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo (OSM) começou a estudar música por influência paterna. Filho de um maestro do coro da Polícia Militar, professor de teoria musical e de solfejo, o pai foi um dos principais incentivadores da sua carreira e afirmava que o filho tinha ouvido absoluto.

Para se aprimorar como músico, Minczuk estudou piano, bombardino, bandolim, trompete. Ainda criança, começou a estudar trompa na Escola Municipal de Música, instituição da Fundação Theatro Municipal de São Paulo que oferece toda a formação gratuitamente. Estreou como solista em um concerto no Theatro Municipal de São Paulo com 10 anos junto à Orquestra Jovem Municipal. Roberto Minczuk é até hoje o músico mais jovem a ingressar na Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Aos 13 anos, ele passou no concurso para primeiro trompista da OSM, na época sob a regência do maestro Isaac Karabtchevsky.

Determinado, ao assistir um ensaio do compositor Peter Mennin, presidente de uma das escolas mais renomadas de música e artes cênicas, a Juilliard School, pediu para fazer uma audição. “Toquei pra ele sete minutos em julho de 1981. Lembro-me dele falando: ‘as aulas começam em setembro, você está pronto?’”, recorda. Mesmo sem ter o conhecimento do idioma, viajou aos Estados Unidos onde permaneceu por seis anos. Nesse período foi solista em um concerto no Carnegie Hall e também em uma apresentação com a Orquestra Filarmônica de Nova York.

Na regência também começou cedo, de maneira despretensiosa, em uma igreja que frequentava nos Estados Unidos. “Na igreja tinha um coro, mas eles queriam ter uma orquestra, então me elegeram como maestro. Foi muito importante porque a área da regência, em primeiro lugar, é a arte de ser líder, de lidar com pessoas. Ter essa oportunidade aos 15 anos foi extraordinário”, afirma.  A sua estreia como regente ocorreu em 1984 à frente da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), onde regeu um concerto dedicado às obras de Beethoven.

Em 1987, após os Estados Unidos, viajou a Alemanha para desenvolver a carreira de regente onde trabalhou por muitos anos com o maestro Kurt Masur na cidade de Leipzig. Em 1998, regeu a Filarmônica de Nova York e, em 2002, foi convidado a assumir o posto de regente associado que tinha sido ocupado pela última vez pelo grande maestro, compositor e pianista Leonard Bernstein.

Em sua carreira, Roberto Minczuk já regeu mais de cem orquestras internacionais, entre elas as da Ópera Nacional de Lyon, Ópera de Cincinnati, Ópera de Israel, filarmônicas de Nova York, Israel, Tóquio, Londres, Helsinque, Oslo, Los Angeles, as sinfônicas de São Francisco, Montreal, Toronto, Dallas, BBC de Londres, Nacional da Rádio France, Nacional da Bélgica, Nacional da Hungria, da Nova Zelândia.

Minczuk foi diretor artístico do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, diretor artístico adjunto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e maestro titular da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, sendo o primeiro artista a receber o Prêmio ConcertArte, de Ribeirão Preto. Venceu o Grammy Latino e foi indicado ao Grammy Americano com o álbum Jobim Sinfônico. Conquistou também o primeiro lugar no Prêmio Eldorado de Música, uma das premiações mais prestigiadas do País.

Atualmente, é maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal, maestro emérito da Orquestra Sinfônica Brasileira e maestro emérito da Orquestra Filarmônica de Calgary, no Canadá.

“Eu estou muito feliz em celebrar os 25 anos de carreira nesta casa. Eu cresci aqui dentro do Theatro. Sou paulistano e não podia pensar numa forma melhor de celebrar, à frente da minha orquestra, com os nossos coros, minha família e o público que é muito especial”, afirma.

Serviço:

O Sagrado e o Profano

15 de março às 20h. 16 e 17 de março às 17h

Theatro Municipal de São Paulo

Praça Ramos De Azevedo, s/n – República, São Paulo – SP

Ingressos: R$ 40,00 / R$ 30,00 / R$ 12,00

Horário da Bilheteria do Theatro Municipal: De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábados e domingos, das 10h às 17h

Duração aproximada: 2 horas com 1 intervalo

Indicação etária: livre (com recomendação para maiores de 7  anos)

da Redação A Toupeira

Filed in: Saia da Toca

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