Tordesilhas lança nova edição da graphic novel “Castelo de Areia”, de Pierre Oscar Lévy e Frederik Peeters

Expressões como “o tempo está passando rápido demais” ou “vai com calma aí, tempo!” costumam figurar nas rodas de conversa. Porém, apesar do sentimento quase coletivo – principalmente entre os adultos –, a verdade é que, na prática, o tic-tac do relógio não mudou. O tempo segue seu fluxo normalmente e a gente que lute para dar conta de usufruir, da melhor forma possível, as 24 horas que nos cabem diariamente.

Aliás, já parou para pensar em quantas coisas podem acontecer em um único dia? A reflexão é boa e, em tempos de distanciamento social, merece estar na pauta da próxima videoconferência com os amigos. Fica a dica.

Assim como também vale a pena dedicar tempo à leitura de Castelo de Areia, livro do escritor francês Pierre Oscar Lévy, ilustrado pelo quadrinista suíço Frederik Peeters, que chega ao Brasil este mês em nova edição pela Tordesilhas Livros, e que, de uma forma não tão romântica, fala exatamente sobre a passagem do tempo e a brevidade da vida.

A obra, uma graphic novel voltada para o público adulto, gira em torno de duas famílias, um casal e um misterioso homem que, coincidentemente, passam a manhã em uma praia isolada. Enquanto as relações cotidianas se desenvolvem sem maiores surpresas, uma das crianças encontra no mar o cadáver de uma mulher.

O espanto causado pela descoberta é ofuscado pela estranheza da situação percebida por todos: o tempo ali passa de maneira acelerada, de tal forma que, em poucas horas, as crianças entram na puberdade e, em seguida, na vida adulta, enquanto os adultos envelhecem e os velhos tornam-se anciãos – e logo morrem.

A nova edição conta com prefácio de Pierre Oscar Lévy e posfácio do jornalista e tradutor Érico Assis. Castelo de Areia é um convite a diversas reflexões. As relações e a forma como cada um dos personagens lidam com a condição nada lógica a que estão submetidos oferecem um recorte do que poderia ser o “fim do mundo”.

Sem saberem ao certo o que está acontecendo, tampouco para onde vão, a maioria decide viver, à sua maneira, as horas que parecem lhes restar. Os mais jovens não querem morrer sem conhecer os prazeres do sexo. As mulheres temem as rugas e buscam companhia e atenção de seus pares. Os homens tentam enxergar, sem sucesso, racionalidade na situação. Por fim, uma festa parece ser o elixir de vida que todos precisam para suportar a “maldição” que paira sobre eles.

A trama surrealista de Lévy inspirou Tempo (Old), novo thriller do cineasta M. Night Shyamalan (diretor de outros sucessos como O Sexto Sentido, Fragmentado, Sinais e A Vila), que chegou aos cinemas na última quinta-feira, 29 de julho.

O filme é estrelado por Gael García Bernal, Vicky Krieps, Rufus entre outros. Será que o cineasta conseguiu captar todas as nuances descritas pelo escritor? É ler o livro, assistir ao filme e tirar as próprias conclusões.

da Redação A Toupeira

Filed in: Quadrinhos

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