Sou de uma época em que os jovens gostavam de estar perto uns dos outros, quando a distância física era uma coisa que muitas vezes punha as amizades à prova – e olha que nem sou tão velha assim!
Mas os tempos são outros e agora, pelo menos sob a ótica de “Os Famosos e os Duendes da Morte” (idem), parece que o melhor amigo de um adolescente pode tranquilamente ser uma tela de computador, desde que se acredite que ela pode transportá–lo para além dos limites de sua pacata (até demais) cidade na serra gaúcha.
O garoto em questão não tem seu nome revelado, mas na Internet se intitula “Mr. Tamborine Man” (Henrique Larré) em referência à música homônima de Bob Dylan, de quem é fã.
As constantes visitas ao blog de uma garota que mais lembra uma visão onírica, do que alguém que poderia estar próximo de verdade, pontuam várias – e longas – cenas, em sua maioria silenciosas e por vezes, cansativas.
A morosidade e estranheza que cercam a cidade são quebradas apenas durante a Festa Junina local, baseada na tradição alemã. Tal evento serve de desculpa para “Mr. Tamborine Man” viver uma experiência que deixa aberta a porta para que cada espectador tire sua própria conclusão. Confuso? Pois é, também me senti assim…
A bonita fotografia do filme dirigido por Esmir Filho não é suficiente para que se digira com facilidade sua lentidão e confusão visual, que devem agradar a um número bem reduzido de espectadores, admiradores dos chamados “filmes-cabeça”.
Confesso ter me deixado levar pela sinopse oficial e ter saído da sala de cinema um tanto quanto decepcionada. Espero que a juventude de hoje em dia seja mais ativa e aberta a experiências que ultrapassem a linha virtual que os prende a essa “Caverna de Platão Moderna” chamada computador…
por Angela Debellis
