Crítica: “A Autópsia”

Dirigido por André Øvredal, o terror “A Autópsia” (The Autopsy of Jane Doe) já é direto a partir de seu título, uma vez que a ação em quase sua totalidade se passa dentro de um necrotério, mais precisamente na sala onde é realizado o tal processo que dá nome à produção.

A trama começa mostrando uma investigação policial de uma cena de crime ‘padrão’ em uma casa, na qual o corpo de uma jovem desconhecida (Olwen Catherine Kelly) é encontrado semienterrado no porão, o que provoca óbvios questionamentos: quem é a tal moça e, como seu corpo pode estar tão limpo, se ela estava embaixo da terra?

Cabe ao xerife da pequena cidade levar o cadáver para que os legistas locais façam os devidos procedimentos, a fim de descobrir a identidade e a causa da morte da jovem. Tal trabalho será executado por Tommy (Brian Cox) e Austin Tilden (Emile Hirsch), pai e filho cuja família está há décadas dirige o necrotério, em edificação que também serve como moradia para eles.

Com uma proposta bem ‘perigosa’ – uma vez que deverá será motivo de discussão / divisão entre os espectadores, a autópsia é mostrada de maneira explícita, com direito a muitos closes no rosto da moça (que ganha a identidade genérica de ‘Jane Doe’, usada para cadáveres de mulheres com identidade desconhecida) e em cada órgão que é examinado.

Não há exagero de sangue jorrando na tela, mas justamente o fato de ser o mais verossímil possível pode incomodar, afinal, não é todo mundo que se sente confortável ao ver um corpo humano com partes internas sendo retiradas para análise. Às vezes uma versão fictícia da realidade impressiona mais do que qualquer excesso surreal.

O fato dos cenários serem pequenos (a sala de autópsia e um antigo elevador do local) serve para provocar uma desconfortável sensação de sufoco, que deve ser ainda mais incômoda nos que sofrem de claustrofobia. É aquela velha história (clichê, mas que quase sempre funciona em longas de terror: ‘Se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come’).

Dito isso, o roteiro enxuto faz com que pareça que poderia ter rendido mais do que conseguiu. Muitas informações que surgem no meio do caminho ficam sem resposta (como os órgãos internos podem ter sido danificados, se externamente o corpo permanece imaculado?), muitas variantes se perdem por não terem um aprofundamento (até que ponto o sobrenatural vai influenciar em fatos posteriores e como poderá ser controlado?).

Quando as coisas parecem que vão ganhar um ritmo mais ágil – até para que muitas sejam elucidadas -, há uma clara opção em se fazer cortes bruscos que em nada acrescentam à lógica. E ao ver os créditos finais, confesso que, se não fiquei totalmente decepcionada – porque a premissa do longa é interessante e em partes bem executada -, também não saí da sala satisfeita como gostaria.

De qualquer maneira, se você tem estômago forte e gosta desse tipo de produção, vale conferir.

por Ana David – especial para A Toupeira

Filed in: Cinema

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