Crítica: “LEGO Ninjago – O Filme”

Ao mesmo tempo em que elaborar o roteiro de uma animação me parece tarefa das mais interessantes na indústria do entretenimento, também imagino ser missão cada vez mais ingrata para os profissionais que a isso se propõem. Se criam uma trama complicada, são criticados, se optam pela facilidade, também não basta.

Simplicidade. Essa é a base de “LEGO Ninjago – O Filme” (The LEGO Ninjago Movie), dirigido por Charlie Bean, e que traz como elemento fundamental algo que parece assustar boa parte das pessoas hoje em dia: relacionamento familiar.

O cenário é a cidade de Ninjago, que sofre com os constantes ataques de Lord Garmadon (voz de Justin Theroux na versão original), vilão que tem ótima presença em tela e cuja participação é das mais bacanas. Para combater o chamado “Pior Cara de Todos” entra em ação um grupo de seis adolescentes, aprendizes de ninja, que comandam incríveis robôs e descobrem ter poderes peculiares, todos partes relevantes para a complementação do conjunto (como cada pecinha de montar acaba sendo no resultado final).

Mestre Wu (voz de Jackie Chan) é o responsável pelo treinamento de Lloyd, Nya, Jay, Kai, Zane e Cole (Ninja Verde, da Água, do Relâmpago, do Fogo, do Gelo e da Terra, respectivamente) e quem vai conduzir boa parte da narrativa de forma tranquila e sábia, exatamente como se espera que um verdadeiro Mestre Ninja faça. Aliás, a cultura oriental é representada de maneira competente por esse personagem.

Típica história de mocinhos do ensino médio que têm que combater o vilão malvado – e que gostam dessa faceta secreta. Direto, não fosse o fato de Lord Garmadon também ser, além do antagonista do longa, pai biológico de Lloyd, que precisa decidir qual direção seguir: a de filho que continua lutando pela atenção do pai ausente ou a de líder que toma para si a missão de proteger a cidade em que vive.

Destaque para sequência de abertura na qual Mr. Liu (o personagem de Jackie Chan, nas cenas iniciais apresentadas em live action) conta para um garotinho a história dos ninjas guerreiros, através de bonequinhos – a transformação da peça real para a vista na animação é linda, tanto quanto o visual inteiro da produção, que, assim como seus antecessores da franquia LEGO, continua prezando por uma qualidade cada vez mais impecável.

Grande sucesso entre os brinquedos da famosa marca, a linha Ninjago já conta com uma história bem sucedida de desenhos para a TV e games. Se vai repetir o feito nas telonas, só o tempo e o público dirão, mas, sem dúvida, merece ser visto – com a mente alerta para apreciar as sempre bem-vindas referências e o coração aberto para perceber que, mesmo que muitas vezes não seja fácil aceitar isso, a instituição familiar e todas as suas implicações em nossas vidas, são algo que ainda merecem atenção.

Vale conferir.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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