A cineasta Julia Rezende começou esta semana a rodar seu novo longa-metragem: “Como é cruel viver assim”, com roteiro de Fernando Ceylão. Segundo a diretora, um projeto completamente diferente de seus outros filmes (Meu passado me condena 1 e 2, Ponte Aérea e Um namorado para minha mulher).
A produção trata de questões pertinentes à nossa sociedade atual: ética, moral, auto-estima, esperança, violência. “Quatro personagens em busca de um lugar ao sol, quatro solitários incapazes de realizar qualquer coisa que dê sentido às suas vidas empobrecidas e sem rumo. Discutir disso no cinema é uma oportunidade de refletir sobre a falta de perspectiva do momento em que vivemos”, diz Julia, que está filmando em locações em Nilópolis, Marechal Hermes, Centro e Barra.
Produzido por Mariza Leão e Erica Iootty, o longa tem uma narrativa ácida, que mistura drama, humor e melancolia. Quatro fracassados, interpretados por Marcelo Valle, Fabiula Nascimento, Silvio Guindane e Debora Lamm, decidem fazer algo importante e armam um plano absurdo: sequestrar um milionário. Mas não têm nenhuma experiência com crimes nem noção do que essa operação pode envolver. O elenco também conta com Paulo Miklos, Otávio Augusto e Milhem Cortaz.
Na história, Vladimir (Marcelo Valle) está desempregado e perdido na vida. Ele vai entrando em um espiral de desespero, que piora cada vez que escuta sua mulher, Clívia (Fabiula Nascimento), dizer que sonha com uma linda festa de casamento. O dinheiro que ela ganha na lavanderia que herdou da tia mal dá pra pagar as contas do mês. Eis que surge Regina (Debora Lamm), uma amiga do casal, e propõe uma virada de mesa. O plano, tratado como se fosse simples e infalível, é sequestrar seu ex-patrão, riquíssimo. Regina trabalhou na casa dele quatro anos como babá e sabe de cor todos os detalhes de sua rotina.
Então, Vladimir resolve arriscar tudo e acha que essa é sua grande oportunidade de realizar algo grandioso e se sentir respeitado pela primeira vez na vida. Ele convida Primo (Silvio Guindane), um amigo mais enrolado do que ele, para completar o time e os quatro começam a tratar dos detalhes, desde definir o lugar do cativeiro, até em que colchão o sequestrado vai dormir. Enquanto tomam as providências práticas, revelam-se suas frustrações, ambições e medos.
“Esta história poderia se passar no Rio, São Paulo, Salvador, Porto Alegre, Belém, Nova Iorque. Os personagens vivem sentimentos universais, com toda sua fragilidade. A indefinição espacial se esparrama para uma indefinição temporal, uma vez que estes personagens podem viver tais acontecimentos hoje ou em qualquer outra época”, diz Julia.
Distribuição H2O Films e Universal. Lançamento previsto para o segundo semestre de 2017.
da Redação A Toupeira