“Durante toda minha vida, eu nem sabia se eu realmente existia. Mas eu existo. E as pessoas estão começando a perceber”. A frase dita por Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) em dado momento de “Coringa” (Joker) é um excelente resumo de sua jornada nas telonas. São tantas marcas atingidas que é provável que nem mesmo o fã mais otimista conseguisse imaginar todo esse êxito.
A mais recente é a arrecadação (parcial, já que o filme permanece em cartaz mundialmente) de US$ 1 bilhão em bilheteria. Com um orçamento de US$ 55 milhões – que sobe para U$ 62,5 milhões com os custos de marketing de promoção -, o longa é o primeiro com restrição RATED R (proibido para menores de 18 anos) a conseguir tal feito, assim como o mais barato.
É ainda o quarto título baseado em quadrinhos da DC Comics (os outros três, por ordem de arrecadação são: Aquaman, Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge e Batman: O Cavaleiro das Trevas). E entre as adaptações de histórias de heróis, é o mais lucrativo – obviamente dada a devida equivalência numérica entre todos os orçamentos das produções.
Tudo tem uma importância ainda maior quando se pensa que a obra dirigida por Todd Phillips e estrelada por Joaquin Phoenix não estreou na China (que é um dos maiores mercados consumidores de cinema, mas proibiu a exibição em seu território por causa do teor da história), não conta com o recurso de 3D – o que aumentaria os valores dos ingressos – e não faz parte da crescente leva de filmes de heróis que tem na ação extrema sua marca registrada.
Também vale lembrar que parte da crítica especializada e do público regular de cinema fez duras acusações sobre o perigo que a narrativa representava, inclusive afirmando que uma pseudo incitação à violência poderia causar atentados massivos. Felizmente, tais previsões bizarras não se concretizaram.
Com mais essa conquista, além de já ter na bagagem um Leão de Ouro obtido no mais recente Festival de Veneza, “Coringa” ganha força para fazer bonito na próxima temporada de premiações. A Warner Bros. Pictures já solicitou a consideração dos membros da Academia para que haja indicação em 14 categorias do Oscar, sendo que a dada como certa por boa parte da crítica e público é a que coloca Joaquin Phoenix entre os cinco indicados a Melhor Ator – com grandes chances de vitória, uma vez que seu trabalho foi aclamado até mesmo por aqueles que insistiram em encontrar problematizações no longa.
Não parece improvável que uma sequência esteja sendo estudada – ainda sem nenhuma confirmação, apenas especulações. Segundo Todd e Joaquin, ainda há muito a se contar e mostrar sobre o personagem que, décadas depois de sua criação, continua capaz de manter-se digno de estar entre os grandes vilões da cultura pop.
da Redação A Toupeira