Crítica: “A Cabana”

Há duas maneiras distintas de se assistir ao filme “A Cabana” (The Shack): sob o olhar prático do ceticismo, que o definirá como um tradicional drama familiar, com alguns toques fantásticos; e através da crença de quem verá a transformação de um homem que não se aceitava mais digno de viver, em alguém que passa a ser repleto pelo amor de alguém que julgava nem existir. Ambas são igualmente válidas, mas, abraçar a segunda é embarcar em uma jornada bem mais enriquecedora.

Dirigido por Stuart Hazeldine, o longa é uma adaptação do best-seller homônimo escrito por William P. Young em 2007, e tem como protagonista Mackenzie Phillips (Sam Worthington). Casado há 18 anos com Nan (Radha Mitchell), tem com ela três filhos: Josh (Gage Munroe), Kate (Megan Charpentier) e Missy (Amélie Eve). Toda a harmonia familiar é interrompida com a chegada da “Grande Tristeza”, definição dada para o que se abate sobre todos após a violenta e inesperada morte da caçula.

E é justamente através dessa dor que o cético personagem vai se aproximar Daquele a quem credita toda a culpa pelo triste fato: Elouisa / Deus – ou apenas “Papai” (Octavia Spencer) é o improvável remetente de uma carta que conduz Mack ao local em que sua filhinha foi morta: a tal cabana do título. Lá, começa a caminhada em busca das inúmeras respostas que inundam sua mente e coração desde sua traumática infância.

Além de Papai, há outros dois anfitriões: Jesus (Avraham Aviv Alush) e Sarayu (Sumire Matsubara) – a própria representação do Espírito Santo. Os três, com suas imagens tão singulares e diferentes do que é pregado pela religião tradicional – uma mulher negra, um rapaz com traços do Oriente Médio e uma moça oriental – conseguem quebrar outra barreira importante, ainda tão em voga nos dias atuais: a do julgamento pelas aparências.

Em uma das sequências mais emocionantes, há a participação da atriz brasileira Alice Braga, no papel da Sabedoria. Ao confrontá-la, Mack passará por uma das maiores provações de sua vida, e os espectadores por uma linda experiência cinematográfica. Destaque também para o deleite visual do jardim de Sarayu e para a fácil conexão que é estabelecida com Jesus.

Ao término da exibição, é provável que a maioria do público tenha precisado de lencinhos de papel. Os motivos para as lágrimas podem ser os mais diversos, mas continua valendo a máximo que prega que, independe de sua crença religiosa ou valores morais, se você simplesmente tiver um coração batendo em seu peito, já será o suficiente para se emocionar.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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