Crítica: “A Teia”

Uma das maiores penitências que um ser humano pode enfrentar é a perda de sua memória. O adeus às lembranças torna-se ainda mais doloroso quando inclui a crescente incapacidade de manter-se ativo para realizar coisas que parecem triviais (mas que são tão importantes), como saber o próprio nome.

E isso é o que acontece com Roy Freeman (Russell Crowe), protagonista de “A Teia” (Sleeping Dogs), longa dirigido por Adam Cooper (também responsável pelo roteiro junto a Bill Collage) e baseado na obra “O Livro dos Espelhos”, de E. O. Chirovice, lançado em 2017.

Roy vive com um quadro de Doença de Alzheimer, que tenta controlar através de cirurgias experimentais para, supostamente, criar novas vias neurais. Enquanto aguarda pelos resultados das intervenções, busca estimular a memória através de exercícios mentais e seguir sua rotina com o auxílio de inúmeros lembretes escritos em pedaços de fita adesiva distribuídos pelas paredes.

Afastado do cargo há anos – após um grave acidente provocado pelo consumo excessivo e frequente de álcool, o agora ex-detetive é procurado por Emily Dietz (Kelly Greyson), representante de uma ONG que defende presidiários privados de seus direitos pelo governo.

A inesperada solicitação é para que ele tente provar a inocência de Isaac Samuel (Pacharo Mzembe), que, após confessar-se culpado e cumprir dez anos de pena na prisão estadual, pelo assassinato do renomado professor Joseph Wieder (Marton Csokas), está a um mês de sair do corredor da morte, direto para sua execução.

O encontro com o presidiário aguça o interesse de Roy em rever as provas do caso – do qual foi uma das testemunhas no ato da confissão pelo homicídio. Para isso, pede ajuda ao ex-parceiro de trabalho Jimmy Remis (Tommy Flanagan).

Desse ponto em diante, a história mostrada em tela ganha força, com vários fatos começando a se enredar, e o título nacional do longa faz muito sentido – assim como o original, uma vez que é uma gíria usada para indicar que não se deve mexer com problemas do passado).

Presos a essa teia de circunstâncias e incidentes, surgem ainda quatro nomes: o romancista Richard Finn (Harry Gkeenwood), a assistente do professor assassinado, Laura Baines (Karen Gillan), a garçonete Diane Linch (Lynn Gilmartin) e o misterioso Wayne Deveraux (Thomas M. Wright). Peças que, assim como em um quebra-cabeça, quando separadas não têm tanta relevância, mas que acabam sendo parte de algo maior.

“A Teia” é um daqueles filmes durante os quais os espectadores passam a maior parte do tempo julgando saber tudo, já que a trama não entrega elementos que possam ser considerados inéditos no gênero. Até que um dos fios leva a um caminho completamente fora do que podíamos supor e torna a narrativa muito mais interessante em sua reta final.

por Angela Debellis

*Título assistido em Sessão Regular de Cinema.

Filed in: Cinema

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