Crítica: “Amityville: O Despertar”

Com a já muito vista premissa de uma casa mal assombrada que acaba com a paz e tranquilidade (entenda-se vida) de seus moradores, a franquia “Amityville” consegue se sustentar no gênero terror desde 1979. De lá pra cá, vários títulos foram lançados, alternando o nível de qualidade – ou o que quer que o valha – entre eles.

Depois de quatro anos de atraso, desde a data inicial prevista para o lançamento, e sob a direção de Franck Khalfoun, chega aos cinemas brasileiros o mais recente capítulo da saga. “Amityville – O Despertar” (Amityville – The Awakening) conta com uma história inédita em seu roteiro, não devendo ser considerado remake de outros anteriores ou reboot da franquia.

A trama nos apresenta os novos moradores da famosa casa localizada na vila americana – cujo nome está presente em todos os longas da série -, e que foi palco de uma sangrenta tragédia em novembro de 1974. Na ocasião, Ronald DeFeo Jr, conhecido por “Butch” matou seis membros de sua família, sob a suposta influência de vozes vindas do além (versão desmentida pelo próprio assassino, anos depois).

Como não é novidade em produções de terror, os personagens estão bem longe do que se pode considerar minimamente inteligentes, afinal, com a tecnologia atual e a facilidade em se obter informações sobre quase tudo e todos, soa mais falso do que deveria a inocência da jovem Belle (Bella Thorne), que estranha quando chega à escola e começa a ser apontada pelos colegas como a nova moradora “da casa”.

Em busca de uma improvável recuperação de seu irmão James (Cameron Monaghan), que vive em estado vegetativo há dois anos, desde que um acidente – pelo qual se sente culpada – o vitimou, a garota passa a residir no local com a mãe viúva Joan (Jennifer Jason Leigh), a irmã caçula Juliet (Mckenna Grace) e o cachorro de estimação da família.

Quando fatos estranhos começam a acontecer, incluindo a inexplicável melhora de James, é hora de começar a se preocupar com a veracidade do que foi apresentado em livro e filmes – que são mostrados à protagonista por seus novos colegas de escola, Terrence (Thomas Mann) e Marissa (Taylor Spreitler).

A proposta geral é interessante, mas a impressão é de que, mais uma vez, o resultado final acaba sendo apenas regular. Há pontos positivos, como a ótima maquiagem que transforma o corpo sadio do ator Cameron Monaghan, no de um paciente que não se levanta da cama há anos – sem contar que sua interpretação ajuda por ser a melhor do elenco. Além disso, a ideia de que algo maligno age debaixo do teto em que você reside, basta para assustar a maior parte do público.

Por outro lado, há aqueles erros que aparecem com frequência crescente entre os longas de terror. Os furos de roteiro (como alguém se muda para um imóvel que tem um porão repleto de objetos velhos de moradores anteriores, cujas histórias não são das mais agradáveis e não se importa com isso?), a fragilidade da conclusão, assim como a misteriosa opção por não incluir cenas vistas no trailer oficial – e que talvez fossem atrativas no contexto -, fazem com que seja complicado sair muito satisfeito da sala.

por Angela Debellis

Filed in: Cinema

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