Crítica: “Blackout – A Batalha Final”

Perigos iminentes à sobrevivência da raça humana são um tema tão recorrente quanto atrativo em obras de ficção – sejam filmes, séries ou livros. A finitude da espécie costuma render as mais variadas e surpreendentes tramas, e essa é a ideia central de “Blackout – A Batalha Final” (The Backout / Avanpost).

Dirigido por Egor Baranov, o filme russo que chega à plataforma Cinema Virtual, mescla três gêneros que, quando bem aplicados, resultam em histórias, no mínimo, interessantes: ação, suspense e ficção científica – sendo este último o que tem maior êxito, neste caso.

A trama se passa em dias atuais, quando um inesperado apagão (o tal “Blackout” do título) ocorre em nível global, tendo apenas uma pequena área na Rússia como incólume ao problema. Através da força militar local, chega a terrível informação de que todas as demais pessoas, em todas as partes do globo, foram vítimas de uma desconhecida toxina.

Em franca batalha com um inimigo anônimo, os sobreviventes – liderados por membros do exército veteranos e voluntários – deverão correr contra o tempo para tentar encontrar respostas que os salvem de um destino implacável.

Com a ação já sendo explorada desde o início da narrativa, e o uso de uma trilha sonora quase onipresente, o longa assume o risco de ter que se manter todo o tempo em ritmo acelerado, o que nem sempre funciona, ainda mais quando se tratam de cenas com descobertas fundamentais ou que deveriam enveredar para algum arco um pouco mais dramático.

Dada a justificativa do número diminuto de sobreviventes, o elenco é bastante reduzido e não há nenhuma figura que consiga tomar para si a responsabilidade do protagonismo propriamente dito. Mas, cabe dizer que após a aparição de Id (Artyom Tkachenko), a história ganha ares bem mais intrigantes.

Em seus momentos finais, a produção consegue atingir um grau de interesse maior, fazendo com que o espectador se envolva com o que é apresentado e passe a querer as mesmas respostas que os personagens. É justamente quando a história se baseia mais na ficção científica que ela obtém seu melhor resultado.

O roteiro de Ilya Kulikov tem bons argumentos, mas em certas ocasiões parece confuso, ao tentar empregar itens válidos, mas que não funcionam como deveriam. Isso pode tirar parte da eficácia da trama, mas não chega a invalidá-la.

Talvez, o maior problema de “Blackout – A Batalha Final” seja a tentativa de estender por 127 minutos, algo que poderia (e deveria) ser resolvido em um tempo bem menor, até para não se tornar repetitivo.

O longa chega ao seu final com força renovada pela inserção de bons elementos, porém sua cena de encerramento, tão aberta e passível de reflexão, pode deixar parte do público com a sensação de que ficou faltando algo.

Para quem gosta de produções do tipo e para quem quer sair do lugar-comum dos títulos americanos, vale conferir.

por Angela Debellis

*Título assistido via streaming, a convite da Elite Filmes.

Filed in: BD, DVD, Digital

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