Estamos tão “acostumados” a esperar um ataque alienígena vindo dos céus, que acabamos esquecendo que o perigo também tem outras formas de chegar.
Dessa vez, os monstros – literalmente – surpreendem e surgem das profundezas do Oceano Pacífico. Para combatê-los, nada como o recurso dos bons e velhos Robôs Gigantes aclamados pelo público que cresceu assistindo a programas cujos protagonistas – em sua maioria de origem asiática – participavam de batalhas colossais.
“Círculo de Fogo” (Pacif Rim) traz a chance de acompanhar embates espetaculares entre os chamados Kaijus e as maravilhas tecnológicas conhecidas como Jaegers. A trama se passa num futuro próximo, quando pilotos – sempre em duplas – são exaustivamente treinados para controlar os robôs através da chamada “conexão neural”, em que as lembranças devem ser suprimidas a fim de toda atenção centra-se no fato deles serem responsáveis pelos movimentos precisos das máquinas de guerra.
Guillermo Del Toro conseguiu, mesmo diante de um cenário tão surreal, repleto de monstros com dentes serrilhados e robôs detentores de incríveis foguetes de cotovelo, manter a importância das relações humanas. As cenas em que a jovem piloto Mako Mori põe em risco seu treinamento, ao se deixar envolver por lembranças de sua infância, são de uma beleza visual e uma sensibilidade que devem levar boa parte dos espectadores a enxugar uma lágrima que insistirá em aparecer no cantinho dos olhos.
Ron Perlman – o eterno Hellboy – está fantástico no papel de Hannibal Chau (preste atenção na explicação de seu nome!), que faz fortuna em cima dos restos mortais de Kaijus abatidos. Destaque para a crítica velada aos que procuram pelos maiores absurdos a fim de melhorar o desempenho físico.
Feito claramente para ser apreciado de maneira grandiosa, o longa fica ainda mais interessante se visto em salas IMAX – apesar do 3D não impressionar o tempo todo.
Então, “mova-se como Jaeger” e curta uma das aventuras mais surpreendentes dos últimos tempos no cinema.
por Angela Debellis