Na grande maioria dos casos de amizades improváveis – pelo menos no cinema -, o resultado é um só: sucesso. Seja entre um garotinho e um extraterrestre, uma menina órfã e uma estranha e mal-educada criatura, um adolescente e um bichinho fofo que não pode com a luz, todos são igualmente interessantes e peças chave para o futuro da nova relação.
A animação Como treinar o seu Dragão (How to train your Dragon) é encantadora em todos os sentidos. A trama, baseada no livro homônimo de Cressida Cowell (que por sinal, eu já encomendei o meu!), é leve e envolve facilmente os espectadores que, com o sempre bem vindo auxílio da tecnologia 3D se pegam “voando” nas costas das criaturas aladas que cospem fogo.
Quem nos leva a essa viagem é um menino de nome estranho, Soluço, que mora em Berk – uma Vila de Vikings -, mas que, ao contrário deles, não quer ser um Matador de Dragões. A falta de vocação é agravada ao encontrar aquele a quem chamará de “Banguela”.
O simpático dragão é conhecido pelo povo como o temido “Fúria da Noite”, espécime nunca visto (considerado em extinção), mas amplamente conhecido por suas habilidades e precisão nos ataques.
A amizade renderá aos dois grandes – e emocionantes – momentos, permeados pelas divertidas cenas de treinamento das crianças da Vila (destaque para Perna de Peixe, o garoto que sabe de cor todas as características distintas de cada raça) e pela busca incessante dos Vikings, que pretendem destruir o ninho e espantar de uma vez por todas as ameaças da aldeia.
Em alguns instantes, Banguela me lembrou outra criatura indócil, que depois de treinado tornou-se uma ótima companhia: Stitch, do desenho de grande sucesso “Lilo e Stitch”. Seja na maneira de sentar e observar as coisas com enorme curiosidade e até mesmo no formato da carinha.
Destaque para a agradável trilha sonora e para a surpreendente (e num primeiro instante, triste) revelação no final. Uma lagriminha deverá, de repente, rolar do seu rosto, não se preocupe!
Uma das melhores estreias do ano até aqui, deve agradar a todos com a eficiência, equilíbrio e beleza da estória.
Corra para os cinemas!
por Angela Debellis