Death Note é um dos sucessos do mundo dos mangás do começo dos anos 2000, sendo lançado de 2003 a 2006 no Japão. Dele derivaram um anime, um filme americano – que será lançado pela Netflix –, um musical, uma série televisiva live-action, e quatro filmes japoneses (uma trilogia e um spi-off). “Death Note: Iluminando um Novo Mundo” é o terceiro capítulo da franquia. Diferente do anime, os longas japoneses não seguem o mangá de maneira estrita, adaptando vagamente a história – inclusive essa nova produção que é apenas baseada nele.
Apesar de não ser diretamente baseado em outras mídias “Iluminando um Novo Mundo” faz um bom trabalho de situar a história para os fãs que chegaram agora vindos destas, e cria um bom clima durante a introdução da trama, cruzando informações do contexto do que está acontecendo atualmente no universo do filme, bem como o que ocorreu antes, de maneira a criar uma cena interessante, e ainda assim não deixar perdido o espectador.
Vários elementos da trama, como planos mirabolantes e reviravoltas malucas que existiam no mangá e anime, a partir do momento que o detetive Near e o criminoso Mello assumem o lugar de L, foram retrabalhados para se encaixar na narrativa. Os próprios personagens citados são reduzidos a somente um, Riuzaky, que apesar de não possuir o elemento criminoso de Mello, guarda elementos de sua personalidade.
Um dos grandes trunfos do anime, era a música: uma excelente trilha sonora, digna dos cinemas. Marcante, com um ótimo uso da orquestração e das vozes, misturando elementos da música clássica contemporânea, com canto gregoriano. Infelizmente, o mesmo não acontece no filme. Imperceptível muitas vezes. Com exceção da abertura e algumas cenas, não se nota a presença dela, e embora a ideia seja algo à parte das outras mídias, quando se tem uma trilha destas num anime, o mínimo que o longa pode fazer é manter o nível.
Em resumo, “Death Note: Iluminando um Novo Mundo” é recomendado para os fãs tanto do anime quanto para os fãs do mangá, e uma porta de entrada para estes na série cinematográfica japonesa. Apesar de desapontar num dos mais altos pontos da série (música), não desaponta no outro (planos e reviravoltas malucas). Há até mesmo uma homenagem à infame cena da batatinha.
por Ícaro Marques – especial para A Toupeira
*O filme será exibido com exclusividade pela Rede Cinemark. Para mais informações, clique aqui.