Crítica: “Fome de Poder”

“Quem planta o bem colhe bons frutos”. Passamos boa parte de nossas vidas seguindo, ou pelo menos tentando agir de acordo com esse ditado, mas nem sempre temos um retorno positivo, não é mesmo? Enquanto isso, vemos pessoas extremamente pilantras se darem bem. Injusto? Pode até ser, mas foi desta forma que Raymond Kroc (interpretado por Michael Keaton), o fundador da rede mundial de fast-food, Mc Donald’s, construiu seu império.

É isso mesmo. Engana-se quem acha que o fundador da marca iniciou essa ideia do zero e conseguiu construir esse império com ideias autênticas. Muito pelo contrário, Ray, apesar da bela sacada de negócios com olhar empreendedor, da persistência para alcançar o queria e da sua força de vontade, foi um belo de um picareta que se deu muito bem na vida.

A marca pertencia aos irmãos Mc Donald’s, que perderam até o direito de usar o próprio nome no primeiro estabelecimento que possuía a tecnologia e inteligência no atendimento desenvolvido por eles. Mac (John Carroll Lynch) e Dick (Nick Offerman) tinham uma visão de negócios muito fechada, o que dificultava a comunicação entres os sócios e limitava a vontade de crescer de Ray.

“Fome de Poder” (The Founder) tem uma trama que exalta o cinismo, o nacionalismo e a prática do capitalismo, e apesar de ter tudo para ser um filme incentivador, que fala da persistência, de correr atrás de seus objetivos, de não desistir por achar que é tarde – uma vez que Ray já passava dos 50 quando obteve lucro em seus negócios -, mostra um dinheiro sujo, que te faz pegar antipatia pela marca. A bela interpretação de Keaton faz com que esse rancor se torne mais leve ao decorrer do longa e de uma forma bem sutil, passe a ter um carinho e torcer por ele.

A direção é de John Lee Hancock e o roteiro de Robert D. Siegel, os dois não obtiveram muito êxito ao desenvolver esta obra, a fotografia não é das melhores e o texto não favoreceu os grandes atores que fizeram parte deste trabalho: Laura Dern – como esposa de Ray, e B.J. Novak – que vive Harry Sonneborn, um personagem fundamental para grande virada nos negócios e que sem muito destaque desaparece da trama.

A rede ainda rende muitos lucros, só no ano de 2016 teve um resultado equivalente a US$ 4,68 bilhões e se mantém em crescimento ano após ano, e nunca mais declinou após sua decolagem.

A película é um mergulho na história da maior rede de fast-food do planeta, que mostra uma vitória não muito honrosa, apesar do esforço. Agora cabe a você escolher qual caminho seguir, eu ainda acho que plantando o bem, dá para colher bons frutos, mas vamos manter a cabeça aberta para os negócios. Também não podemos deixar de lado a mensagem que o filme passa e que vale a pena seguir: não desista, persista!

por Caroline Lima – especial para A Toupeira

Filed in: Cinema

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