20ª obra do diretor Pedro Almodóvar, “Julieta” conta a história da personagem que dá nome ao longa (Interpretada por Emma Suárez na maturidade e Adriana Ugarte na juventude). Repleta de sonhos e de mistérios, ela vive o drama de uma mãe que perdeu qualquer tipo de contato com a filha há longos 12 anos.
Julieta é uma jovem professora que leciona mitologia clássica, cheia de expectativas para a sua vida. Encontra Xoan (Daniel Grao) em uma viagem de trem e apenas algumas trocas de olhares são suficientes para despertar o amor entre os dois. Nasce então, um relacionamento inicialmente proibido já que ele é casado com uma mulher que se encontra em estado de coma.
A obra é apresentada entre flashbacks da vida passada de Julieta. Desde o nascimento de sua filha Antiá, até a separação das duas, causa de toda a sua dor, já que ao fazer os esperados 18 anos, ela corta o contato com a mãe de forma brusca.
Ao tentar sobreviver ao sentimento de impotência de não poder se aproximar ou se comunicar com a filha de nenhuma forma, a protagonista compra bolos de aniversário nos primeiros três anos esperando por pelo menos um cartão postal, mas acaba decidindo por seguir sua vida.
O relacionamento com Lorenzo (Darío Grandinetti) é permeado de segredos que só serão entendidos no decorrer do filme quando ele decide seguir Julieta para compreender o que ela guarda em seu coração. Movido pela curiosidade, ele decide permanecer ao lado dela.
O drama tem fotografia excelente e conta com paisagens muito bem escolhidas. É simples e de fácil entendimento, além de ficar cada vez mais intrigante com a passagem de cenas. A troca entre a Julieta mais velha e a mais nova também é feita de forma natural, dispensando maiores explicações.
Para quem procura por um bom drama, vale a pena conferir o filme nas telonas.
por Elizandra Germano – especial para A Toupeira